São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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Força de torcedores pode surpreender adversários

do enviado a Paris

A Federação Real Marroquina de Futebol confia na força de sua torcida para surpreender seus adversários na Copa-98.
"Na França, há mais de 900 mil marroquinos. Nossos torcedores dominarão o estádio, principalmente contra a Noruega (partida de estréia), mas mesmo contra Brasil e Escócia seremos maioria", diz Mohamed Moufid, secretário-adjunto da federação. "Na França, estaremos em casa."
Mas com certeza não será só pela torcida os africanos poderão se sentir em casa. "Do nosso time, mais da metade dos jogadores já atuou na França", explicou. "Para eles, então, é como se estivessem jogando a Copa na África. É um ponto positivo para nós."
Uma boa campanha no Mundial é, para Moufid, uma obrigação. Afinal, o dirigente lembra que, depois do fracasso do time na Copa-94, o investimento no esporte foi maciço no país.
Ele lembra que, em 1994, havia 18 mil profissionais ligados ao futebol no Marrocos. Em 1998, este número chegou à casa dos 90 mil.
O número de treinadores e professores de educação física também aumentou, passando de 300 para 1.800. "Queremos formar novas gerações de atletas, queremos investir para o futuro."
Quando diz que a federação "faz tudo pelo futebol", Moufid não exagera. E cita como exemplo o fato de até helicópteros os atletas do Marrocos terem à disposição em Aix-en-Provence, local da concentração do time na França.
"Na Copa da África, para facilitar o deslocamento dos jogadores, alugamos helicópteros. Na França, faremos o mesmo."
Com o investimento, Moufid espera que o time consiga pelo menos repetir o feito de 86, quando chegou às oitavas-de-final no México. Em 94, no entanto, a campanha foi desastrosa. Nos EUA, com três jogos e três derrotas, o time ficou em penúltimo lugar.
Sobre os problemas enfrentados por Henri Michel e seus jogadores, chamados de mercenários pela torcida, o dirigente da federação prefere colocar panos quentes.
"Já está tudo bem. O Henri Michel é um excelente treinador, e conta com toda nossa confiança. Não tenho dúvidas de que estamos em boas mãos. Feio não faremos", avisou. (JCA)



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