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TÊNIS
Uma coisa de cada vez
THALES DE MENEZES
A maioria dos leitores que têm
paciência suficiente para ler esta coluna já vai estar sabendo os
resultados de Gustavo Kuerten e
Fernando Meligeni nas históricas quartas-de-final de Roland
Garros. Em nítida desvantagem,
o colunista muda o foco para a
bendita questão do número um.
Um telejornal esportivo anunciou ontem: "Derrota de Ríos
rouba de Guga o sonho de ser o
número um!". Mesmo sem chegar a esse arroubo de dramaticidade, todo o resto da imprensa
elegeu a busca da primeira posição do ranking como a prioridade de Kuerten nos últimos dias.
Isso demonstra um total desconhecimento de como funciona
a cabeça de um tenista e da real
importância de um título em
Roland Garros.
De uma vez por todas, ranking
é circunstância! Claro que todo
jogador quer ser o número um,
mas ganhar um título de Grand
Slam, seja o primeiro, o segundo
ou o 20º do mundo, é muito mais
importante.
Quem conhece bastante o tênis
e um pouco a cabeça de Kuerten
sabe que o brasileiro não está
nem aí para essas contas de ranking. E os motivos são de fácil
compreensão.
Kuerten deverá ser número
um do mundo, é só uma questão
de tempo. Não vai ser na próxima segunda, mas será em breve.
Basta lembrar: se a alteração do
sistema de ranking que a ATP
vai adotar no próximo ano já estivesse vigorando, Kuerten já seria o número um. É dele o melhor desempenho do ano.
No atual nível de competitividade do tênis, o primeiro posto
do ranking tende a ter um número maior de ocupantes. E um
título de Grand Slam, fruto de
duas semanas de disputa feroz e
desgastante, continua sendo um
momento único. Não há como
negar: lembrar o nome dos vencedores da Copa do Mundo de
tênis ou do Lipton não é tarefa
fácil, mas todos se lembram dos
ganhadores na França, em
Wimbledon...
Kuerten não precisa ter pressa.
Cada coisa no seu tempo.
NOTAS
Maratona
O ressurgido Andre Agassi
contra o azarão Dominik
Hrbaty deve ser um jogo da pesada e tem tudo para ser interminável. Os dois são incansáveis. Ríos e Moyá que o digam.
Sem zebras
Martina Hingis, Steffi Graf,
Arantxa Sánchez e Monica Seles. Enquanto a chave masculina exibe caras novas nas rodadas finais, a feminina parece
um filme antigo. Anna Kournikova, Patty Schnyder e as irmãs
Venus e Serena Williams sentiram que Roland Garros resolveu esperar mais um ano para
consagrar a nova geração.
Velha guarda
O hexacampeão Bjorn Borg,
John McEnroe entrando com a
filhinha na quadra, Ilie Nastase
ameaçando tirar seu calção,
Ken Rosewall, Tom Okker... A
chave de veteranos é um show
em Paris, mas total e injustamente desprezado pela TV.
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E-mail thales@folhasp.com.br
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