São Paulo, domingo, 02 de julho de 2006

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Má atuação coroa fiasco de treinador

DOS ENVIADOS A FRANKFURT

Para quem teve três anos e meio para trabalhar com pouca pressão, uma geração de ouro à disposição e muita experiência na profissão, Carlos Alberto Parreira foi um verdadeiro desastre nesta Copa. A coroação disso aconteceu ontem, contra a França.
Ele fez o time jogar com um esquema que nunca funcionou bem por mais de dois anos sob o seu comando. A tática parecia esquecida, mas, no primeiro grande teste do seu time na Copa, ele a ressuscitou. E se deu mal, perdendo um jogo pela seleção brasileira num Mundial pela primeira vez -ele tinha uma invencibilidade de 11 jogos na competição.
Com Juninho no lugar de Adriano, como antecipou ontem a Folha, o treinador acabou com seu "quadrado mágico", que não vinha bem no Mundial, é verdade, mas que havia proporcionado os únicos bons momentos da equipe sob Parreira.
Isso depois de fazer treinos com campos reduzidos, optar por não fazer amistosos com rivais fortes, hesitar para sacar jogadores veteranos e, acima de tudo, não conseguir dar padrão tático ao time que assumiu em 2003.
Bem diferente do que fez Luiz Felipe Scolari, que assumiu um time desacreditado com apenas um ano para o início da Copa de 2002, montou um esquema sólido e ganhou o pentacampeonato.
A troca de um atacante por um meia, que na verdade joga como segundo volante, foi desastrosa. O Datafolha atesta que o time teve ontem em praticamente todos os fundamentos sua pior performance no Mundial. O toque de bola, prática querida por Parreira, foi o menor do time -410 passes.
Foram míseros 11 dribles, contra 37 do jogo contra o Japão. Chutar a bola no gol foi um sacrifício. O time conseguiu apenas nove finalizações, sendo que apenas uma exigiu intervenção do goleiro.
O time até fez mais faltas -22, quase o dobro da sua média na competição. (EAR, FV, PC, RP E SR)


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