São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2004

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Técnico recompõe grupo dividido por vaidades, conquista título do Grand Prix após jejum de seis anos e transforma a seleção em favorita ao ouro olímpico em Atenas

Zé Roberto devolve Brasil à elite do vôlei feminino

Adriana Sapone/Associated Press
A seleção brasileira, que atravessou invicta a fase de classificação, celebra a vitória de 3 sets a 1 sobre as italianas na decisão do Grand Prix, em Reggio Calabria

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil está de volta à elite do vôlei feminino internacional.
Com a vitória por 3 sets a 1 diante da Itália na decisão do Grand Prix, ontem, a seleção quebrou um jejum de seis anos e coroou com o tetracampeonato a ascensão iniciada há um ano sob o comando de José Roberto Guimarães. Mais: ganhou a credencial que não ostentava desde 2001, a de favorita nos Jogos de Atenas.
O treinador brasileiro assumiu o cargo em 2003 com a missão de reerguer um time marcado por brigas internas e maus resultados com Marco Aurélio Motta.
Em seus dois primeiros torneios oficiais, em 2003, Zé Roberto venceu o Sul-Americano e conquistou a medalha de prata na Copa do Mundo. Mesmo assim, ainda não havia recuperado o status perdido nos últimos anos. Conseguiu isso na trajetória que transformou o Brasil no maior vencedor da história do GP.
Na primeira fase, ele comandou a única campanha invicta do torneio. Após nove vitórias seguidas, a derrota para Cuba na segunda etapa chacoalhou o time, que bateu ao longo da competição as principais potências mundiais -China, Cuba, EUA e Itália.
No caminho para o tetra do GP -a seleção venceu também em 1994, 1996 e 1998-, o treinador também superou uma série de adversidades e consolidou o grupo.
O Brasil teve menos de dois meses para se preparar para o Grand Prix -terceira competição feminina mais importante do vôlei, atrás da Olimpíada e do Mundial.
Sem ritmo, a equipe ainda precisou lidar com a contusão da meio-de-rede titular Walewska.
Zé Roberto só assistiu a atuações consistentes na fase final, justamente contra rivais mais fortes.
A seleção se prepara agora para seu maior desafio, os Jogos Olímpicos. O técnico já afirmou que deixará a equipe se não conseguir pelo menos repetir o feito da geração de Bernardinho, bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000.
Com o título do Grand Prix, Zé Roberto provou que consegue apagar incêndios e reestruturou a seleção. Precisa agora mostrar que pode mantê-la no topo.
Às vésperas da Olimpíada de Barcelona-1992, o técnico recebeu missão parecida. Assumiu uma equipe masculina aos pedaços por causa de brigas entre atletas e o técnico Josenildo de Carvalho.
Em menos de seis meses de trabalho, chegou ao ouro olímpico.


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