São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2004

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VÔLEI

Zé Roberto confirma escolhas feitas durante o Grand Prix e vê a seleção superar suas fraquezas na decisão contra a Itália

Brasil "encontra" o time e é tetracampeão

DA REPORTAGEM LOCAL

Na hora decisiva, o Brasil superou a instabilidade. A vitória sobre a Itália, que deu à seleção o quarto título do Grand Prix, marcou a melhor atuação da equipe no torneio e confirmou as escolhas de José Roberto Guimarães.
Ontem, nos 3 sets a 1 sobre as italianas (25/19, 25/19, 24/26 e 25/ 19), o técnico viu o time fazer em quadra o que ele pedira exaustivamente nos treinos. E ainda assistiu ao show das jogadoras em que apostou suas fichas para Atenas.
"Fiquei muito satisfeito com nossa vitória. Gostei do meu time, especialmente por causa da concentração e da determinação", elogiou o treinador, que reclamou durante todo o GP da afobação e dos altos e baixos da equipe.
"Fizemos boa companha. Depois do tropeço contra Cuba, tivemos três finais seguidas e soubemos passar por elas", completou.
Depois de terminar a primeira fase como única invicta, a seleção perdeu para as cubanas e teve de enfrentar dois jogos eliminatórios, contra Alemanha e EUA.
Ontem, o Brasil só mostrou os altos e baixos das partidas anteriores no terceiro set. Mesmo assim, quando estava perdendo por 22 a 18, voltou para o jogo e ainda empatou em 24 a 24.
"Nós cometemos muitos erros, mas conseguimos retomar a atenção ainda durante o set, o que foi essencial", disse Zé Roberto.
No resto da partida, porém, a seleção esteve impecável.
As brasileiras marcaram 63 pontos de ataque, 10 a mais do que as adversárias. A oposto Mari, principal aposta de Zé Roberto na seleção, foi a maior pontuadora da partida, com 23 pontos.
"Essa mescla de jovens e experientes jogadoras é o que faz com que joguemos um vôlei forte. Isso faz o time mais unido e sabemos que podemos contar uma com a outra. Somos versáteis", afirmou a ponta Érika, que anotou 18 pontos, mesma quantidade de Virna.
Boa parte deles aconteceu em contra-ataques proporcionados pela defesa, maior preocupação do técnico brasileiro nos treinos.
Como também havia pedido Zé Roberto, o time caprichou nos saques. Apesar de ter marcado apenas um ace, a seleção conseguiu quebrar o passe das rivais e facilitou o trabalho do bloqueio. Foram 16 pontos, contra 7 da Itália.
Valeskinha, que conseguiu vaga na seleção graças às atuações com Zé Roberto no Osasco, foi o principal destaque, com cinco pontos.
"Foi um verdadeiro parto. As contrações começaram no dia 2 de junho, quando saímos do Brasil. Agora, um mês depois, nosso filho nasceu e nasceu campeão", comemorou a meio-de-rede.
Como as companheiras, Valeskinha dedicou o título às jogadoras excluídas do grupo: a meio Carol e a oposto Leila. Elas foram cortadas do grupo após os testes feitos na primeira fase do GP e não vão à Olimpíada.
Durante o torneio, Zé Roberto aproveitou para fazer um rodízio e afirmou que não se importava com o resultado que alcançaria. A prioridade era Atenas. Quando podia errar, já conquistou um título. (MARIANA LAJOLO)


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