São Paulo, sábado, 03 de janeiro de 2004

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DE VOLTA À VACA FRIA

Campeão em 2003 à frente das seleções brasileiras sub-17 e sub-20, treinador tenta agora dar título aos cariocas

Após auge, Paquetá combate anonimato no Fla

Felipe Varanda/Folha Imagem
Marcos Paquetá, dois títulos no ano passado com seleções nacionais, comanda treino do Flamengo, que faz hoje sua estréia na Copa São Paulo de juniores


TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele conquistou o mundo duas vezes numa mesma temporada. Badalado pelos títulos dos Mundiais sub-17 e sub-20 com a seleção brasileira em 2003, Marcos César Dias Castro, ou Marcos Paquetá, vê o ano de 2004 começar sem os holofotes que o cercaram há bem pouco tempo.
Agora, com um novo desafio pela frente, comandar o Flamengo na Copa São Paulo de juniores, o treinador sabe, no entanto, que vai ter de pagar o preço da popularidade conquistada nas categorias de base da seleção.
"Sei que vão ficar de olho em mim, principalmente depois de toda aquela badalação com os dois títulos mundiais. Mas vou pensar no torneio. O Flamengo tem um bom time, e vamos em busca do título", afirmou Paquetá, que ganhou o apelido nos tempos em que era jogador.
"Quando estava no Vasco, tinha muito jogador com o nome de Marcos. Como morava na ilha [de Paquetá], o pessoal resolveu me dar esse apelido", contou o treinador, que é formado em educação física.
Na Copa-SP, o Flamengo está no Grupo F, ao lado de Santa Cruz, Paysandu e Barueri, e faz a sua estréia hoje, contra os pernambucanos. Acostumado a trabalhar com jogadores em formação, Paquetá não apontou destaques. Mas mandou um recado: "Vamos dar trabalho".
"Temos jogadores que já passaram pelo time de cima e ganharam experiência, como o Andrezinho, mas isso depende do momento do garoto na hora do jogo", disse o treinador carioca.
Ciente das dificuldades da profissão, Paquetá não mostra nenhum ressentimento pelo fato de ter voltado a trabalhar como técnico de juniores após conquistar os dois Mundiais em quatro meses. "Estou fazendo o meu trabalho, agora não cabe a mim chegar e pleitear nada. Como não pintou nenhum convite, vou fazendo o meu trabalho aqui no Flamengo", comenta.
Em 2003, após a saída do técnico Nelsinho Baptista, Paquetá trabalhou como interino até a chegada de Oswaldo de Oliveira e comandou o time principal do Flamengo na partida contra o Criciúma. No jogo, ele mudou a forma de a equipe jogar e sentiu na pele a pressão que sofre o treinador de um time de massa. "Os jogadores não entenderam o que eu queria, e no primeiro tempo deu tudo errado [o Criciúma foi para o intervalo com a vantagem de 4 a 0 no placar]. Depois conversamos, fizemos três gols e podíamos até ter empatado", lembrou Paquetá, que não esquece as críticas em cima do seu trabalho. "Levei pancada de tudo que é lado, mas faz parte. Isso é normal", completou o treinador.
Aos 45 anos, ele garante não ter pressa e sabe que a conquista de um título como a Copa São Paulo, mesmo que na categoria de juniores, pode render frutos.
"Em 1990, o Ernesto Paulo foi campeão como treinador com aquela geração maravilhosa do Flamengo, que produziu Djalminha e Júnior Baiano, e depois ganhou o seu espaço."


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