São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

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FUTEBOL

Crises para todos os gostos

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O Santos, mais uma vez, não foi páreo para o Cruzeiro. É a terceira derrota seguida para os rivais. Não foi por causa dos gols perdidos que o time santista fracassou, mas sim porque o Cruzeiro, no confronto, tem a equipe mais equilibrada e o craque mais talentoso, Alex.
Foi dos pés dele que saíram os três gols cruzeirenses. No primeiro deles, bateu com perfeição um escanteio na cabeça de Cris -uma das jogadas mais mortais do Cruzeiro. No segundo, deu um lançamento preciso para o atacante Dudu. No terceiro, depois de recuperar um lance que parecia perdido, colocou a bola na cabeça do artilheiro.
Do lado santista, Leão errou ao escalar Elano de centroavante e, depois, ao deslocá-lo para a lateral. Enfraqueceu assim o meio-de-campo e diminuiu o leque de jogadas ofensivas possíveis.
Os dois times se conhecem muito bem, mas parece que o Cruzeiro sabe aproveitar melhor essa circunstância, dificultando os avanços dos laterais santistas e impedindo a jogada favorita de Robinho, que é driblar para dentro e chutar a gol a partir da entrada da área. Ontem, o jovem atacante só conseguiu driblar para fora e chutar de esquerda.
Com a derrota, o Santos não só se distancia dos líderes como fica próximo dos lanternas.
Sua campanha é parecida com a do Corinthians. Só que do Santos se esperava muito, e do Corinthians ninguém esperava nada. Só o Pelé.

 

Aliás, a situação no Parque São Jorge não poderia ser pior. Júnior, para quem não se lembra, deixou o cargo em 2003 depois de duas derrotas seguidas por 3 a 0. Será que Oswaldo de Oliveira continuará depois do segundo 4 a 0?
Não vi a partida disputada no Morumbi e não quero ser o que Tostão chama de "comentarista dos melhores momentos".
Parece que o Corinthians teve mais chances de gol do que o Palmeiras, sobretudo no primeiro tempo. Mas o que importa? Um placar como esse dói no torcedor alvinegro como um soco no olho. Principalmente por ter ajudado o arqui-rival a sair da crise.
 

Outro jogo que não vi (infelizmente só tenho dois olhos e um televisor) foi o duelo dos campeões estaduais Flamengo e São Caetano, em Volta Redonda. Só sei que os dois gols foram muito bonitos.
No do Fla, Rafael entrou a cem por hora na área e fulminou no ângulo depois de receber um passe açucarado de Felipe.
No gol azul, Euller, Triguinho e Fabrício Carvalho triangularam com a serenidade e a precisão de quem está seguro de sua força.
Pena que o Azulão perdeu, contra o Independiente, seu principal atleta de criação, Marcinho, vítima da violência de um criminoso.
 

Durou pouco o reinado absoluto do Figueirense. Mas não será surpresa se, ao final do Brasileiro, o time conquistar um lugar ao sol na próxima Libertadores.

Com a Macaca
Parabéns à Ponte Preta, que, como quem não quer nada, chegou à liderança do Brasileirão graças a uma vitória de gente grande sobre o Atlético-MG, em pleno estádio Independência. Só que o São Paulo, que acumula o mesmo número de pontos, já está fungando no seu cangote. Tudo indica que nas próximas rodadas ainda haverá uma constante troca de equipes nas primeiras posições do campeonato nacional.

Volta dos artilheiros
Deivid volta ao Santos, Jardel vem para o Palmeiras, o São Paulo já tem Luis Fabiano. Ou seja: o único clube grande paulista que continuará carente de um goleador é o Corinthians. Aliás, não é só disso que o alvinegro está carente, mas de quase tudo.

E-mail jgcouto@uol.com.br


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