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FUTEBOL
Ajudado pela arbitragem, time da sensação Kaká faz 1 a 0 na Roma em jogo que teve até fogos de artifício em campo
Milan vence tumultuada final do Italiano
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A "final brasileira" dentro do
Campeonato Italiano teve erro de
arbitragem, empurra-empurra
entre atletas, fogos de artifício atirados em campo e paralisações.
Com tudo isso, o Milan de Dida,
Cafu, Kaká e Serginho saiu do San
Siro com a vitória e o scudetto.
A equipe de Milão fez valer sua
condição de mandante e bateu a
Roma por 1 a 0 com um gol do artilheiro Shevchenko (22 gols). Foi
o 17º troféu do Italiano ganho pelo clube do empresário e primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
A Roma dos brasileiros Mancini, Emerson e Lima precisava pelo
menos de um empate para seguir
com chances de ganhar a taça. Porém foi vazada logo aos 2min,
quando Kaká fez boa jogada pela
direita e cruzou na medida para
Shevchenko marcar de cabeça.
Foi a quarta vitória do Milan sobre a Roma na temporada, o que
não deixa dúvida sobre qual é o
melhor time da Itália no momento -foram duas vitórias no Italiano e duas na Copa da Itália. O time do técnico Carlo Ancelotti
chegou a 79 pontos na tabela, um
recorde, faltando duas rodadas.
O ataque da Roma, o melhor da
disputa com 67 gols, não funcionou. Mas o juiz ajudou o Milan.
Totti, vice-artilheiro do torneio
(20 gols), bateu falta, e Shevchenko interceptou a bola com o braço
na área. Não foi dado o pênalti.
O lance revoltou os jogadores
romanos, que pressionavam o
Milan no começo do segundo
tempo. A revolta tomou conta
também da torcida romana, que
estava na segunda etapa concentrada atrás do gol de Dida.
O goleiro brasileiro foi alvo de
seguidos fogos de artifício e teve
que ser atendido no gramado
-antes dele, o volante Gattuso já
havia sido atingido. O técnico Fabio Capello, da Roma, pediu aos
torcedores que parassem de atirar
fogos no gramado, mas nada parecia acalmar os cerca de 10 mil
torcedores do time que foram ao
estádio San Siro ver a ""final".
Raramente a Itália vê o seu campeão sair de um confronto direto
entre os dois melhores times da
competição, algo comum nos torneios que usam o mata-mata.
O grande destaque da campanha do Milan foi o meia-atacante
brasileiro Kaká, que chegou nesta
temporada ao clube italiano apenas como uma promessa. Depois
de superar Rivaldo na preferência
de Ancelotti, ganhou vaga no time
titular e roubou a cena. Ganhou
rasgados elogios da mídia italiana
e comparações com grandes craques do passado, como Platini.
Campeão europeu na temporada passada, o Milan fracassou
neste ano no interclubes europeu,
mas reinou no campeonato nacional -chegou a poupar atletas
em algumas partidas após ter deslanchado um pouco na liderança.
Foi o primeiro título de Carlo
Ancelotti no Italiano como técnico -ele foi vitorioso jogador do
Milan. Os brasileiros Dida, Kaká e
Serginho também conquistaram
a taça pela primeira vez -Cafu já
havia ganho com a Roma.
Kaká, 22, é o segundo brasileiro
mais jovem a ser campeão italiano. Mazzola, conhecido como Altafini, ganhou a taça com 20 anos.
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