São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Ajudado pela arbitragem, time da sensação Kaká faz 1 a 0 na Roma em jogo que teve até fogos de artifício em campo

Milan vence tumultuada final do Italiano

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A "final brasileira" dentro do Campeonato Italiano teve erro de arbitragem, empurra-empurra entre atletas, fogos de artifício atirados em campo e paralisações. Com tudo isso, o Milan de Dida, Cafu, Kaká e Serginho saiu do San Siro com a vitória e o scudetto.
A equipe de Milão fez valer sua condição de mandante e bateu a Roma por 1 a 0 com um gol do artilheiro Shevchenko (22 gols). Foi o 17º troféu do Italiano ganho pelo clube do empresário e primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
A Roma dos brasileiros Mancini, Emerson e Lima precisava pelo menos de um empate para seguir com chances de ganhar a taça. Porém foi vazada logo aos 2min, quando Kaká fez boa jogada pela direita e cruzou na medida para Shevchenko marcar de cabeça.
Foi a quarta vitória do Milan sobre a Roma na temporada, o que não deixa dúvida sobre qual é o melhor time da Itália no momento -foram duas vitórias no Italiano e duas na Copa da Itália. O time do técnico Carlo Ancelotti chegou a 79 pontos na tabela, um recorde, faltando duas rodadas.
O ataque da Roma, o melhor da disputa com 67 gols, não funcionou. Mas o juiz ajudou o Milan. Totti, vice-artilheiro do torneio (20 gols), bateu falta, e Shevchenko interceptou a bola com o braço na área. Não foi dado o pênalti.
O lance revoltou os jogadores romanos, que pressionavam o Milan no começo do segundo tempo. A revolta tomou conta também da torcida romana, que estava na segunda etapa concentrada atrás do gol de Dida.
O goleiro brasileiro foi alvo de seguidos fogos de artifício e teve que ser atendido no gramado -antes dele, o volante Gattuso já havia sido atingido. O técnico Fabio Capello, da Roma, pediu aos torcedores que parassem de atirar fogos no gramado, mas nada parecia acalmar os cerca de 10 mil torcedores do time que foram ao estádio San Siro ver a ""final".
Raramente a Itália vê o seu campeão sair de um confronto direto entre os dois melhores times da competição, algo comum nos torneios que usam o mata-mata.
O grande destaque da campanha do Milan foi o meia-atacante brasileiro Kaká, que chegou nesta temporada ao clube italiano apenas como uma promessa. Depois de superar Rivaldo na preferência de Ancelotti, ganhou vaga no time titular e roubou a cena. Ganhou rasgados elogios da mídia italiana e comparações com grandes craques do passado, como Platini.
Campeão europeu na temporada passada, o Milan fracassou neste ano no interclubes europeu, mas reinou no campeonato nacional -chegou a poupar atletas em algumas partidas após ter deslanchado um pouco na liderança.
Foi o primeiro título de Carlo Ancelotti no Italiano como técnico -ele foi vitorioso jogador do Milan. Os brasileiros Dida, Kaká e Serginho também conquistaram a taça pela primeira vez -Cafu já havia ganho com a Roma.
Kaká, 22, é o segundo brasileiro mais jovem a ser campeão italiano. Mazzola, conhecido como Altafini, ganhou a taça com 20 anos.


Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: Crises para todos os gostos
Próximo Texto: O personagem: Kaká afirma que melhorou em todos os sentidos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.