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"Baby-Luxas" estendem hegemonia de seu mentor
Santos e Botafogo, os melhores do Brasileiro, são dirigidos por técnicos
lançados por aquele que melhor entendeu o sistema de pontos corridos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Ele está na Espanha, a mais de
8.000 quilômetros de distância,
mas, com seus pupilos, segue a
mandar no campeonato que só
ele parece ter entendido.
O terceiro Brasileiro de pontos
corridos tem o Santos na liderança e o Botafogo no segundo lugar.
Ambos são comandados por
técnicos que receberam o aval e o
empurrão inicial na carreira de
Vanderlei Luxemburgo, o único a
triunfar até agora na fórmula do
todos contra todos.
O santista Gallo, 37, e o botafoguense Paulo César Gusmão, 42,
são os mais jovens da prancheta
no Nacional. E é impossível, pelo
currículo e os métodos de trabalho dos dois, não associá-los ao
treinador do Real Madrid.
Gallo foi jogador de Luxemburgo no Corinthians. Quando resolveu seguir a carreia de técnico, pediu para fazer um estágio com o
ex-treinador da seleção.
Luxemburgo gostou tanto do
estagiário que o contratou para
ser seu auxiliar no Santos e ainda
o indicou para assumir seu lugar
quando foi para a Espanha.
Relação mais próxima ainda tinha Luxemburgo com Paulo César Gusmão. Os dois trabalharam
juntos no Palmeiras, no Cruzeiro
e na seleção. Ficaram com a amizade estremecida quando Gusmão aceitou assumir o time mineiro, em 2004, depois que o chefe
foi demitido pelo clube.
E esse episódio deixou marcas,
como fica claro nas palavras de
PC Gusmão, como é conhecido.
"Ele me marcou. Isso não tem como contestar. Mas não posso esquecer o Osvaldo [Oliveira], o
Joel [Santana], o Evaristo [Macedo] e o Lazaroni. Todos estes me
ajudaram a moldar a minha filosofia", diz o botafoguense, que,
no entanto, repete a cantilena que
é adorada por Luxemburgo.
"Trabalho, disciplina e organização fazem parte do meu vocabulário", disse Gusmão, com palavras parecidas as usadas por seu
ex-parceiro no dia em que assumiu o comando do Real Madrid.
Ao contrário de Gusmão e Oswaldo de Oliveira, outra cria de
Luxemburgo que se afastou do
mestre e entrou em decadência,
Gallo não esconde a admiração e
a gratidão pelo guru.
"Acho realmente que ele é o
melhor. Não tenho pretensão de
nada, mas ser comparado ao melhor é sempre muito bom", afirmou Gallo, ao ser questionado se
conseguia se ver como um discípulo do técnico do Real.
"[Luxemburgo] sempre comentou que eu estaria pronto para dirigir uma equipe como o Santos.
Ele sempre me desejou sorte e foi
um dos caras que apostaram bastante em mim", diz.
Segundo Gallo, ele e Luxemburgo são amigos pessoais e se falam
constantemente pelo telefone. "A
gente se fala, pelo menos, a cada
dez dias. A relação é de amizade
realmente." Nas conversas, o assunto futebol não falta. "Sempre
estamos trocando figurinha. Mas
ele não chega a me dar dicas porque o telefonema fica muito caro", brincou o técnico santista.
Com Gusmão e Gallo, Botafogo
e Santos ensaiam no início do
Brasileiro uma rivalidade que
marcou época na década de 60 e
teve um segundo bom momento
há dez anos, quando decidiram o
mesmo Nacional, com os cariocas
levando a melhor.
Colaboraram Sérgio Rangel e Pedro Lemos, da Sucursal do Rio
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