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FUTEBOL
Homônimo e com as mesmas características do ídolo da Inter de Milão, o atacante, 19, é o artilheiro do Gaúcho
Grêmio consagra "cover' de Ronaldinho
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
Eles têm em comum o nome, o
corpo esguio de início de carreira,
a pele morena, a facilidade para fazer gols, a arrancada com dribles
rápidos em direção ao gol adversário e, até mesmo, os dentes salientes, que servem de inspiração para
os caricaturistas.
O atacante do Grêmio Ronaldo
Assis Moreira, 19, artilheiro do
Campeonato Gaúcho, com 11 gols
em 12 jogos, segue, com os mesmos dribles desconcertantes, os
passos de Ronaldo Nazário de Lima, 23, da Inter de Milão (Itália) e
da seleção brasileira principal.
E, por isso, o novato já vem sendo chamado de "Ronaldinho".
Não aceita, porém, quaisquer
comparações com o ídolo brasileiro (leia texto ao lado).
Mesmo quando brilhou como
um dos jogadores mais talentosos
das últimas seleções brasileiras juvenis e juniores, o Ronaldinho
gaúcho evitava duas situações óbvias: a utilização do diminutivo
(ele prefere ser chamado de Ronaldo) e as especulações, ainda no início da carreira, de que poderia se
transferir para o exterior, seguindo
os passos do homônimo bem-sucedido na Europa.
Logo após começar a se projetar,
marcando 12 gols no único Campeonato Brasileiro que disputou,
em 1993, pelo Cruzeiro, o Ronaldinho carioca acabou sendo chamado para a reserva da equipe do Brasil que conquistou o tetracampeonato da Copa do Mundo, em 1994,
nos Estados Unidos.
Sua transferência para a Europa
veio em seguida. O PSV, da Holanda, pagou US$ 6 milhões pelo jogador, então com 17 anos.
Em sua última transferência, a
Inter teve que pagar US$ 32 milhões ao Barcelona, da Espanha,
incluindo o valor do passe (US$ 28
milhões) e a multa rescisória.
O início de carreira de ambos, no
entanto, foi diferente. Ronaldinho
acabou indo para o Cruzeiro por
ter sido rejeitado pelo São Paulo e
pelo Botafogo-RJ.
Já o Ronaldinho do Grêmio começou a ser visto como promessa
no estádio Olímpico desde cedo,
quando seu irmão, Assis, já jogava
entre os profissionais.
Na época, o pai, João da Silva
Moreira (já morto), fez uma afirmação que despertou curiosidade.
"Está certo, o Assis é craque, mas
vocês nem imaginam o que vem
por aí. O meu filho Ronaldo é ainda melhor", disse.
Assis (Roberto Assis Moreira),
27, foi campeão da Copa do Brasil
em 1989 pelo Grêmio e teve alguns
bons momentos no clube.
O também atacante era visto como uma promessa. Hoje, depois de
ter passado pelo futebol suíço e pelo Vasco, está no Japão.
Ronaldinho presenciou todos os
passos iniciais da carreira de Assis,
que foi levado para o Torino, da
Itália, antes de assinar contrato
profissional do Grêmio.
Os percalços no início da carreira
de Assis serviram como base para
Ronaldo ser reconhecido atualmente, no estádio Olímpico, como
um jogador de grande consciência
profissional.
Para sair do Grêmio, apesar das
propostas já surgidas de clubes do
exterior, só no momento certo, segundo o atacante.
"Tenho muito o que conquistar
no Grêmio. Para começar, o Campeonato Gaúcho deste ano, que está no final, e o Campeonato Brasileiro, no segundo semestre. Tenho
muita vontade de vencer aqui dentro e sei que isso é importante até
para ser lembrado em uma futura
convocação da seleção brasileira
principal", diz.
Ronaldo está sendo perseguido
de perto por Christian, do Inter e
que já foi convocado pela seleção
de Wanderley Luxemburgo, e
Vandick, do Veranópolis, que têm
dez gols cada.
²
Colaborou a Reportagem Local
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