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Futebol feio triunfa nos pés dos gregos
DA REPORTAGEM LOCAL
Um time que usa só um atacante em algumas partidas e com desempenho nos fundamentos digno de uma equipe de terceira categoria. Com esse perfil, a Grécia está na final da Eurocopa depois de
vencer o anfitrião (Portugal), o último campeão (França) e um favorito (República Tcheca).
Se novamente passar por Portugal amanhã, na decisão, será o
triunfo final de um time que joga
feio e não tem vergonha disso.
O técnico alemão Otto Rehhagel
montou uma tática com quatro
jogadores na defesa e três volantes. Tal escolha fez com que o time
grego fosse lembrado como um
típico usuário do "catenaccio", o
retranqueiro esquema que ficou
famoso, principalmente, na Itália.
As estatísticas oficiais da Uefa
atestam a escolha pela defesa dos
gregos. Tocar bem a bola, manter
sua posse e finalizar. Nada disso
faz parte do repertório da Grécia,
que em compensação dá de goleada nos rivais na marcação.
O time de Rehhagel é o segundo
pior da Euro em finalizações, posse de bola, no número de passes e
na direção deles. Em todos esses
fundamentos os gregos só são
mais eficientes na competição
continental do que a Letônia.
A Grécia finaliza, em média, 8,6
vezes por jogo. No Brasileiro-04, a
pior equipe nesse fundamento é a
Ponte Preta, com 9,4 conclusões.
O rival de Portugal na decisão da
Euro acerta só 68% dos passes que
tenta -no Brasileiro, 81,4% das
trocas de bola são precisas.
Nos desarmes a situação é bem
diferente. A Grécia tira a bola dos
rivais, em média, 48,8 vezes por
partida. A marca de Portugal nesta Euro não passa de 30,8.
Ninguém na seleção grega se
envergonha da tática da equipe.
"Agora sabemos o que queremos em campo", diz o zagueiro
Dellas. "Nós temos 11 jogadores
com um só objetivo: ajudar o outro", afirma Kapsis, outro zagueiro. "Os jogadores executaram tudo o que eu pedi, e por isso tivemos estes resultados maravilhosos", diz Rehhagel, que justifica a
retranca pelo menor talento de
seus jogadores em relação aos
concorrentes na Eurocopa.
Com agências internacionais
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