São Paulo, sábado, 03 de julho de 2004

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Futebol feio triunfa nos pés dos gregos

DA REPORTAGEM LOCAL

Um time que usa só um atacante em algumas partidas e com desempenho nos fundamentos digno de uma equipe de terceira categoria. Com esse perfil, a Grécia está na final da Eurocopa depois de vencer o anfitrião (Portugal), o último campeão (França) e um favorito (República Tcheca).
Se novamente passar por Portugal amanhã, na decisão, será o triunfo final de um time que joga feio e não tem vergonha disso.
O técnico alemão Otto Rehhagel montou uma tática com quatro jogadores na defesa e três volantes. Tal escolha fez com que o time grego fosse lembrado como um típico usuário do "catenaccio", o retranqueiro esquema que ficou famoso, principalmente, na Itália.
As estatísticas oficiais da Uefa atestam a escolha pela defesa dos gregos. Tocar bem a bola, manter sua posse e finalizar. Nada disso faz parte do repertório da Grécia, que em compensação dá de goleada nos rivais na marcação.
O time de Rehhagel é o segundo pior da Euro em finalizações, posse de bola, no número de passes e na direção deles. Em todos esses fundamentos os gregos só são mais eficientes na competição continental do que a Letônia.
A Grécia finaliza, em média, 8,6 vezes por jogo. No Brasileiro-04, a pior equipe nesse fundamento é a Ponte Preta, com 9,4 conclusões. O rival de Portugal na decisão da Euro acerta só 68% dos passes que tenta -no Brasileiro, 81,4% das trocas de bola são precisas.
Nos desarmes a situação é bem diferente. A Grécia tira a bola dos rivais, em média, 48,8 vezes por partida. A marca de Portugal nesta Euro não passa de 30,8.
Ninguém na seleção grega se envergonha da tática da equipe.
"Agora sabemos o que queremos em campo", diz o zagueiro Dellas. "Nós temos 11 jogadores com um só objetivo: ajudar o outro", afirma Kapsis, outro zagueiro. "Os jogadores executaram tudo o que eu pedi, e por isso tivemos estes resultados maravilhosos", diz Rehhagel, que justifica a retranca pelo menor talento de seus jogadores em relação aos concorrentes na Eurocopa.


Com agências internacionais

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