São Paulo, segunda-feira, 03 de agosto de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O time que não acredita

O PLANO de Mano Menezes, quando soube que era inevitável o desmanche -a direção talvez prefira chamar de lipoaspiração-, era manter uma distância segura para o líder. "Manter pelos sete pontos, de repente abaixar para cinco, para quando o nosso ritmo normal voltar...", pensava o treinador.
Há uma semana, o time poderia diminuir a distância para três pontos. Em oito dias, a diferença subiu para nove.
A lembrança da reação são--paulina em 2008 impede que se trate o Corinthians como carta fora do baralho. Mas duas frases do fim de semana alimentam essa ideia.
A primeira partiu do próprio técnico corintiano: "Em 30 dias o time será competitivo outra vez".
Pode ser tarde demais.
A segunda se ouviu tanto do goleiro Felipe, como do zagueiro Chicão: "A diretoria vendeu, mas vai contratar outros jogadores".
Mais difícil do que remontar o time em tempo de brigar pela taça é convencer a torcida e os próprios jogadores de que a reação pode começar antes dos reforços.
O outro problema é substituir Douglas, como o técnico também já disse. A direção fala de um camisa 10, pensa em Riquelme, mas seu salário é o entrave. Morais pode ser o substituto, mas só se jogar mais do que mostrou contra o Santo André. O verbo jogar tem sido conjugado no pretérito pelo ex-meia vascaíno.
A outra alternativa para ser o 10 é Elias, que saiu do empate contra o Avaí enxergando o problema tático que a ausência de Douglas provoca: "Fizemos cruzamentos demais, e esse não é o nosso estilo", disse. Felipe completou a explicação: "Hoje, o Elias não foi o meia. Foi o Boquita". Mano pretendia Elias como homem-surpresa e só no final do primeiro tempo inverteu sua posição com Boquita.
Elias virou meia, mas por pouco tempo. Também não resolveu.
"Quando você não tem o jogador para esse lugar, a criação fica mais previsível", disse Mano Menezes na entrevista coletiva. Na sexta, ele lamentava ter jogado sem seis campeões da Copa do Brasil, contra o Santo André, e sem cinco contra o Avaí. "Você sabe o que é isso?", perguntou.
Sei, sim.
É o que afasta o time da luta pelo título brasileiro.



À LUXEMBURGO
A marca de Jorginho como técnico interino do Palmeiras era a manutenção da maneira de jogar. Sempre com dois beques, nunca três. Já Muricy Ramalho mudou contra o Sport, mas venceu quando tinha somente dois zagueiros. A questão é explorar as qualidades de quem escala em cada posição.

QUEM MAIS GANHA
De todos os jogadores do elenco são-paulino, nenhum ganha tanto com a mudança de estilo como Dagoberto. Em nove jogos com Ricardo Gomes, o time mudou. Não levanta mais bolas com a freqüência da era Muricy, joga com bola no chão, posse de bola. Até Dagoberto concorda que é o mais beneficiado.

ASCENSÃO E QUEDA
O Corinthians em declínio, o São Paulo em ascensão. Porém o Corinthians tem nove pontos de desvantagem para o Palmeiras, a equipe do Morumbi tem dez. E ainda assim, acredita-se mais no São Paulo do que no time do Parque São Jorge, na corrida pelo título do Nacional. Há uma boa razão para isso. Nas duas próximas rodadas do Brasileiro, o time comandado por Mano Menezes sai contra Náutico e Flamengo. O Tricolor, do técnico Ricardo Gomes, recebe o Botafogo e o Goiás.


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