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Na alta, Ferrari blinda Massa
Equipe italiana proíbe contato de vice-campeão da F-1 com imprensa e grava sua própria entrevista
Piloto brasileiro deixa hoje hospital em Budapeste e viaja para São Paulo, onde vai fazer a última parte
de sua recuperação física
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BUDAPESTE
Na véspera de Felipe Massa
receber alta do Hospital Militar
de Budapeste, a Ferrari resolveu blindar o piloto brasileiro.
Para não permitir nenhum
contato com a imprensa, mas
mostrar que o ferrarista está
bem após o grave acidente sofrido no treino classificatório
do GP da Hungria, no último
dia 25, a escuderia montou um
esquema especial para gravar,
ela mesma, a primeira entrevista de Massa em Budapeste.
Além do assessor de imprensa do time, Luca Colajanni,
uma equipe de TV da própria
Ferrari viajou ontem para a capital húngara para captar as
primeiras palavras do ferrarista, ainda dentro do hospital.
A única concessão feita foi
aos três veículos brasileiros que
ainda permaneciam em Budapeste desde o acidente. Além da
Folha, a TV Globo e a rádio Jovem Pan tiveram direito de enviar uma pergunta a Massa.
A entrevista será disponibilizada hoje pela escuderia de
Maranello, por volta das 6h30
(de Brasília), em seu site.
A ideia da família de Massa
era permitir que ele falasse ontem brevemente com os repórteres que acompanham seu
tratamento no Hospital Militar, onde está internado desde
que foi atingido na cabeça por
uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello.
Mas a cúpula ferrarista assumiu o comando da situação e
resolveu fazer a entrevista para
depois divulgar pela internet.
Ontem, o tabloide inglês
""News of the World" publicou
o que dizia ser a primeira entrevista do brasileiro. Mas as
frases creditadas a ele eram de
membros de sua família na última semana. A Ferrari emitiu
nota para desmentir o jornal.
Operado de emergência para
minimizar a fratura que sofreu
no crânio com a pancada, Massa completa hoje nove dias internado -ele teve também
uma concussão cerebral e ficou
com o olho esquerdo bastante
roxo por causa do impacto com
a mola, a cerca de 260 km/h.
Bem disposto e com uma
evolução que surpreendeu até
seus próprios médicos, o piloto
será liberado pela manhã e,
imediatamente, será transportado, em uma ambulância para
o aeroporto de Budapeste. O
trajeto tem cerca de 25 km.
No local, pegará um avião-
-ambulância, equipado para
qualquer emergência durante
as cerca de 12 horas de voo até
São Paulo -a aeronave só fará
uma parada, em Dacar, no Senegal, para reabastecimento.
Massa viajará acompanhado
de Raffaela, sua mulher, e de
Dino Altmann, seu médico particular, que está em Budapeste
desde o último domingo.
No Brasil, onde deve chegar
no final da tarde, o piloto da
Ferrari será transportado de
helicóptero para o Hospital Albert Einstein, onde deve permanecer de um a dois dias.
A intenção é que o ferrarista
seja submetido a um check-up
com neurologistas, oftalmologistas e especialistas na cavidade bucal. Ele também realizará
exames de sangue e uma nova
tomografia computadorizada.
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