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Prudêncio vê segregação financeira
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos poucos ex-campeões negros que ocupam
cargos importantes nos
bastidores do esporte brasileiro não acredita na
opressão das elites brancas nem em outras explanações concebidas por
William C. Rhoden.
Para Nelson Prudêncio,
prata nos Jogos da Cidade
do México-1968, muitos
de seus colegas não prosperam no esporte apenas
por questões financeiras.
"Eu tinha um pai fazendeiro, que podia oferecer
aos filhos uma educação
de qualidade. Estudei,
busquei conhecimento, e o
esporte me abriu muitas
portas. Tive amigos, brancos e negros, que queriam
seguir no atletismo após a
aposentadoria, mas precisaram buscar outras atividades para sustentar suas
famílias", afirma.
Prudêncio acaba de concluir, aos 62 anos, sua tese
de doutorado na Universidade Federal de São Carlos, instituição na qual ministra aulas no curso de
educação física. O assunto
é justamente a modalidade que o consagrou: o salto
triplo. "Quanto mais me
debruço sobre este tema,
mais coisas fantásticas
descubro", justifica.
Sua relação com o esporte não pára na atividade acadêmica. Desde o ano
passado, Prudêncio é vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo. Quando assumiu, tornou-se o primeiro esportista de renome a obter um
cargo de destaque em confederações olímpicas nos
últimos 70 anos -antes
dele, o único que desempenhara função semelhante foi Afrânio da Costa, ex-atirador que dirigiu
a antiga Federação Brasileira de Tiro em 1935.
De qualquer forma, Prudêncio diz que vai ler a
obra de Rhoden. O livro do
colunista do "New York
Times" foi editado pela
Crown Publishing Group.
Não existe tradução para o
português disponível.0
(GR)
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