São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2001

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Para deputados, Hélio Vianna burlou o Fisco

DO ENVIADO A BRASÍLIA

Os deputados da CPI da CBF/Nike saíram do depoimento de Hélio Vianna, sócio de Pelé, convencidos de que a renda do empresário não é compatível com o seu patrimônio.
De acordo com Jurandil Juarez (PMDB-CE), "é estranho que a Receita Federal não tenha visto que ele (Vianna) usa métodos grosseiros para burlar o Fisco".
Durante o depoimento, o sócio de Pelé rebatia às acusações dizendo que foi investigado pela Receita há três anos e que nada foi encontrado de irregular.
Juarez chegou a questionar se Vianna e funcionários do órgão tinham acordo.
O deputado baseou sua afirmação no fato de que o empresário declarou à Receita receber R$ 6,6 mil por mês e tem um patrimônio de pelo menos US$ 2 milhões.
Outro item que contestou foi a dívida de R$ 890 mil que Vianna tinha, em 1998, com a Pelé Sports e Marketing. "O senhor, se fosse uma empresa, estaria tecnicamente quebrado. Está usando esse mecanismo para sonegar imposto. Não é possível que a Receita não tenha percebido algo que qualquer um enxerga", disse Juarez.
Vianna argumentou que, como sócio da PSM, pode retirar ao final do ano sua participação nos lucros como empréstimo.
Segundo o sócio de Pelé, como os impostos sobre o lucro já haviam sido pagos pela empresa, ele não teria que voltar a quitá-los.
O depoimento de Vianna irritou a maioria dos parlamentares. O mais exaltado era o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), que chegou a bater boca com o empresário (leia texto nesta página).
Ao fim da sessão, que foi marcada por contradições do depoente, o presidente da comissão, Aldo Rebelo (PC do B-SP), disse que Vianna pode ser indiciado por tentativa de obstrução dos trabalhos e por perjúrio. (FM)

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