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VÔLEI
Tempos de calmaria
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O final de semana foi perfeito para o vôlei masculino brasileiro: mais duas vitórias
sobre os Estados Unidos. O Brasil caminha sem problemas para
garantir a vaga na fase final da
Liga Mundial. Tem a segunda
melhor campanha do torneio:
uma derrota em oito jogos. Os
únicos invictos são os cubanos.
Uma das diferenças do atual
time brasileiro está na posição
de oposto, aquele jogador que
atua na diagonal do levantador
e tem a missão de colocar as bolas no chão quando o passe não
sai. Nas últimas temporadas, essa era uma das posições mais
vulneráveis da equipe.
Com o canhoto André Nascimento, a revelação da Superliga
Nacional, o Brasil está conseguindo resolver esse problema.
A seleção também tem contado
com o levantador Maurício inspirado. Sábado, ele deu um
show de bola. Sorte do central
Henrique, que acabou sendo o
maior pontuador do jogo.
Nos dois últimos confrontos
contra os Estados Unidos, o técnico Bernardinho também optou por uma formação com
quatro jogadores titulares do
Minas, atual bicampeão brasileiro: Maurício, Giba, André e
Henrique. Resultado: o time
mostrou muito entrosamento
em quadra.
Mais uma vez, também ficou
provado que o saque é fundamental. Sábado, o Brasil foi perfeito nesse fundamento e destruiu a recepção adversária. E
olha que Bernardinho nem deixou Anderson, o melhor saque
da Superliga, sacar. Quando ele
estava em quadra e chegava
nessa posição, era substituído.
Nos outros jogos da rodada, a
surpresa foi novamente a Grécia, a zebra desta Liga Mundial.
Quem poderia imaginar que os
gregos conseguiriam vencer três
dos quatro confrontos contra os
russos, atuais vice-campeões
olímpicos?
Vale lembrar que a Grécia
não tem tradição no vôlei: nunca disputou uma Olimpíada
nesse esporte e está preocupada
em montar um time para os Jogos de Atenas. Apesar disso, os
gregos já estão provocando abalos no império russo, que não
pode mais tropeçar se quiser
chegar à fase final da Liga.
Mas a derrota por 3 sets a 1, na
sexta-feira, em plena Rússia, foi
demais para o técnico Gennadi
Chipouline. Na entrevista depois do jogo, ele criticou a atuação dos atletas e anunciou mudanças. "Agora ficou claro que
nós devemos mudar nosso time
e deixar a nova geração mostrar
seu talento", disse.
Ameaça ou não, a bronca geral fez efeito: sábado, o time russo conseguiu a primeira vitória
sobre os gregos, seus carrascos
nesta Liga. Mais tranquilo, Chipouline disse que os jogadores
cometeram menos erros e que,
aos poucos, espera acertar o time para a fase decisiva.
Além da Grécia, outra novidade na Liga Mundial é a França,
que luta com os italianos pela liderança do Grupo A e pode deixar os argentinos fora da final
da liga. Os franceses já conseguiram vitórias sobre a Argentina,
Itália e Espanha.
A novidade dos franceses está
no banco. O técnico Philippe
Blain, 41, é um dos melhores jogadores da história do vôlei
francês. A França, que tem como melhor resultado o sexto lugar nos Jogos de Seul, quer voltar a ficar entre os melhores.
Nesta temporada, o vôlei francês mostrou sua força. Na decisão do título europeu de clubes,
o Paris venceu o favorito Sisley
Treviso, da Itália, por 3 sets a 2.
Malas prontas
O atacante Max vai anunciar sua transferência para um time do
exterior em uma entrevista coletiva que será concedida amanhã
em São Paulo. O jogador defendeu o Vasco/Três Corações na
Superliga Nacional. Outros atletas também estão negociando
com times estrangeiros. A atacante Rosângela, ex-jogadora do
Vasco, e os atletas Joel e Axé, que atuaram a última temporada
no Banespa, podem seguir a trilha de Gílson, Nalbert e Anderson e rumarem para o Japão.
US Open
Com Pampa e Jorge Édson, o time brasileiro de vôlei foi campeão invicto do US Open Masters, na categoria 35 a 40 anos. O
torneio foi disputado em Milwaukee, nos Estados Unidos.
Pampa e Jorge Édson, que estavam no time campeão olímpico
em Barcelona, e Wagão foram eleitos para a seleção da competição.
E-mail cidasan@uol.com.br
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