São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2001

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VÔLEI
Tempos de calmaria

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O final de semana foi perfeito para o vôlei masculino brasileiro: mais duas vitórias sobre os Estados Unidos. O Brasil caminha sem problemas para garantir a vaga na fase final da Liga Mundial. Tem a segunda melhor campanha do torneio: uma derrota em oito jogos. Os únicos invictos são os cubanos.
Uma das diferenças do atual time brasileiro está na posição de oposto, aquele jogador que atua na diagonal do levantador e tem a missão de colocar as bolas no chão quando o passe não sai. Nas últimas temporadas, essa era uma das posições mais vulneráveis da equipe.
Com o canhoto André Nascimento, a revelação da Superliga Nacional, o Brasil está conseguindo resolver esse problema. A seleção também tem contado com o levantador Maurício inspirado. Sábado, ele deu um show de bola. Sorte do central Henrique, que acabou sendo o maior pontuador do jogo.
Nos dois últimos confrontos contra os Estados Unidos, o técnico Bernardinho também optou por uma formação com quatro jogadores titulares do Minas, atual bicampeão brasileiro: Maurício, Giba, André e Henrique. Resultado: o time mostrou muito entrosamento em quadra.
Mais uma vez, também ficou provado que o saque é fundamental. Sábado, o Brasil foi perfeito nesse fundamento e destruiu a recepção adversária. E olha que Bernardinho nem deixou Anderson, o melhor saque da Superliga, sacar. Quando ele estava em quadra e chegava nessa posição, era substituído.
Nos outros jogos da rodada, a surpresa foi novamente a Grécia, a zebra desta Liga Mundial. Quem poderia imaginar que os gregos conseguiriam vencer três dos quatro confrontos contra os russos, atuais vice-campeões olímpicos?
Vale lembrar que a Grécia não tem tradição no vôlei: nunca disputou uma Olimpíada nesse esporte e está preocupada em montar um time para os Jogos de Atenas. Apesar disso, os gregos já estão provocando abalos no império russo, que não pode mais tropeçar se quiser chegar à fase final da Liga.
Mas a derrota por 3 sets a 1, na sexta-feira, em plena Rússia, foi demais para o técnico Gennadi Chipouline. Na entrevista depois do jogo, ele criticou a atuação dos atletas e anunciou mudanças. "Agora ficou claro que nós devemos mudar nosso time e deixar a nova geração mostrar seu talento", disse.
Ameaça ou não, a bronca geral fez efeito: sábado, o time russo conseguiu a primeira vitória sobre os gregos, seus carrascos nesta Liga. Mais tranquilo, Chipouline disse que os jogadores cometeram menos erros e que, aos poucos, espera acertar o time para a fase decisiva.
Além da Grécia, outra novidade na Liga Mundial é a França, que luta com os italianos pela liderança do Grupo A e pode deixar os argentinos fora da final da liga. Os franceses já conseguiram vitórias sobre a Argentina, Itália e Espanha.
A novidade dos franceses está no banco. O técnico Philippe Blain, 41, é um dos melhores jogadores da história do vôlei francês. A França, que tem como melhor resultado o sexto lugar nos Jogos de Seul, quer voltar a ficar entre os melhores.
Nesta temporada, o vôlei francês mostrou sua força. Na decisão do título europeu de clubes, o Paris venceu o favorito Sisley Treviso, da Itália, por 3 sets a 2.

Malas prontas
O atacante Max vai anunciar sua transferência para um time do exterior em uma entrevista coletiva que será concedida amanhã em São Paulo. O jogador defendeu o Vasco/Três Corações na Superliga Nacional. Outros atletas também estão negociando com times estrangeiros. A atacante Rosângela, ex-jogadora do Vasco, e os atletas Joel e Axé, que atuaram a última temporada no Banespa, podem seguir a trilha de Gílson, Nalbert e Anderson e rumarem para o Japão.

US Open
Com Pampa e Jorge Édson, o time brasileiro de vôlei foi campeão invicto do US Open Masters, na categoria 35 a 40 anos. O torneio foi disputado em Milwaukee, nos Estados Unidos. Pampa e Jorge Édson, que estavam no time campeão olímpico em Barcelona, e Wagão foram eleitos para a seleção da competição.
E-mail cidasan@uol.com.br



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