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reconstrução
"Grande tropeço" deixa dúvida, diz Bernardinho
Queda na Liga Mundial faz treinador constatar falhas na preparação do vôlei
Equipe acusa baque e, nos treinos pré-Pequim, usa conversa para recuperar motivação e tornar viável
o terceiro ouro olímpico
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO
Após as inesperadas derrotas, no Rio, para EUA e Rússia
na fase final da Liga Mundial, a
seleção masculina de vôlei, que
busca em Pequim o terceiro ouro olímpico, não esconde que
sentiu o baque e precisará de
um maior empenho para repetir Barcelona-92 e Atenas-04.
O técnico Bernardinho fala
em "recuperar a convicção".
Não estão previstas grandes alterações no planejamento,
pois, como diz o treinador,
"ninguém desaprende em uma
semana". Mas a tônica nas declarações do grupo que faz aclimatação em Tóquio é que os
atletas buscam mais motivação
para competir na China.
O meio-de-rede Gustavo, para quem os últimos jogos deixaram o grupo receoso, contou o
teor do papo que pautou a equipe depois das derrotas no Rio.
"Conversamos de não deixar isso acontecer de novo, que temos que dar tudo. Porque com
certeza eles [os oponentes] vão
estar até melhores."
Em entrevista à Folha, Bernadinho reconheceu que houve problemas, especialmente
de logística, no planejamento
para a Olimpíada. E revelou
que agora o time luta contra o
tempo para voltar a se apresentar na melhor condição -o que
estima que deve ocorrer apenas nos mata-matas olímpicos.
É a mesma projeção feita pelo levantador Bruno, seu filho,
para quem isso é natural em razão do cronograma dos Jogos.
"Fisicamente, vamos chegar
melhor nas quartas-de-final.
Mas, com o passar dos jogos,
vamos nos entrosar ainda mais.
O time vai se soltando, isso é
natural em uma competição.
Nos últimos jogos da fase inicial, estaremos chegando próximo do nosso melhor nível."
E, segundo Bernardinho, para quem o desempenho no Rio
foi "mais que um tropeço, um
grande tropeço", a meta é esta:
"Fazer o melhor sempre, pois
não há a obrigação de ganhar, a
vitória não é automática".
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