São Paulo, terça, 4 de agosto de 1998

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BASQUETE
Equipe perde, não consegue objetivo de passar às quartas-de-final e tentará evitar pior resultado da história
Seleção masculina fracassa no Mundial

Associated Press
O brasileiro Pipoka (à dir) não consegue evitar uma enterrada do australiano Roger na partida de ontem


EDGARD ALVES
enviado especial a Atenas

A seleção masculina brasileira de basquete está fora da disputa dos oito primeiros postos do Mundial.
Sofreu sua quarta derrota em cinco jogos, ontem, no Olympic Stadium, em Atenas, Grécia.
Desta vez, perdeu para a Austrália, por 75 a 63. Hoje, às 19h45 (13h45 de Brasília), o Brasil enfrenta a Argentina.
O tropeço diante da Austrália selou, por antecipação, uma rodada antes do término da segunda fase, a meta da equipe, que era alcançar as quartas-de-final.
O Mundial de Atenas é a competição mais importante disputada pela seleção brasileira depois que o cestinha Oscar Schmidt, 40, o mais famoso jogador brasileiro de todos os tempos, decidiu se afastar definitivamente da equipe, fazendo sua despedida com o sexto lugar na Olimpíada de Atlanta-96.
"Seria fantástico se o nosso time tivesse um fenômeno em termos de arremesso. Não tenho dúvidas de que estaríamos disputando as medalhas deste Mundial", disse o técnico Hélio Rubens Garcia, 57.
A resposta do treinador atendeu à pergunta sobre se as cestas de Oscar estavam fazendo falta ao conjunto brasileiro.
Na verdade, embora nenhuma seleção tenha atingido contagem de três dígitos (100 ou mais) até agora neste Mundial, a resposta estava dada pelo time na quadra, com médias nos cinco jogos disputados de apenas 64,6 pontos no ataque e de 74 contra sua defesa.
Nas bolas de três pontos, por exemplo, o aproveitamento do Brasil diante da Austrália foi de apenas 23%, ou seja, acertou 3 de 13 arremessos.
Para Hélio Rubens, o time brasileiro tem conseguido armar jogadas, mas os jogadores vacilam para decidir pelo arremesso.
"Não adianta treinar exaustivamente, fazer mil arremessos todos os dias. O matador, o cestinha, é aquele jogador que, além do treino, tem visão da cesta. É condicionado. Distância e todos os detalhes funcionam automaticamente", disse ele, na véspera da derrota diante dos australianos.
Quatro dos seis times do Grupo F, o do Brasil, passam às quartas-de-final. O Brasil é o último colocado, com quatro derrotas.
Perdeu dois jogos na primeira fase (para EUA e Lituânia), resultados que arrastou para a segunda fase, no qual a classificação computa um turno completo, sem repetição dos confrontos iniciais.
Por isso, a vitória da primeira fase contra a Coréia do Sul, que ontem perdeu para o Senegal (75 a 72) e ficou com o 16º e último posto do Mundial, não conta.
As campanhas dos rivais no grupo: Espanha (3 vitórias e 1 derrota), Lituânia (3-1), EUA (3-1), Austrália (2-2), Argentina (1-3).
Os cinco continentes estão representados no Mundial, competição controlada pela Fiba (Federação Internacional de Basquete) e que serve de pré-seleção para a Olimpíada de Sydney-2000.
O campeão mundial se classifica para os Jogos Olímpicos.
Também são importantes as seis primeiras posições do Mundial, pois para cada uma delas serão abertas vagas para Sydney-2000 nos torneios pré-olímpicos de cada continente.
O Pré-Olímpico das Américas, programado para Guadalajara, no México, garante apenas uma vaga, e outras só podem ser abertas pelas classificações deste Mundial.
Portanto, os times das Américas pagam um preço dobrado caso fiquem fora dos seis primeiros postos: estreitam o funil que têm de enfrentar para ir à Olimpíada.



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