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São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2003

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Por 2º lugar e sobrevida, SanSão renova rivalidade

Fernando Santos/Folha Imagem
O técnico são-paulino Rojas incentiva em treino Luis Fabiano, artilheiro do Brasileiro, com 22 gols



Um ano após Diego acirrar ânimos entre os clubes, Santos, vice-líder do Brasileiro, e São Paulo, quarto na tabela, duelam no Morumbi para tentar diminuir dianteira do Cruzeiro


MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Diego fez de pênalti, correu, tirou a camisa e subiu no escudo do São Paulo. Foi há um ano. O Santos estava na fila, e os são-paulinos eram a atração do Brasileiro.
Hoje, às 18h, os rivais voltam a se enfrentar no Morumbi. Têm o mesmo perfil, mas outro status. O jogo vale só a vice-liderança e a sobrevida no campeonato, liderado com folga pelo Cruzeiro.
Desde aquela noite de estádio lotado e de 3 a 2 no placar para os donos da casa, então líderes da competição, o SanSão ganhou nova motivação. Foram quatro jogos. Muitos gols (média de 3,7 por partida) e vantagem para os santistas, que venceram três vezes -inclusive os dois jogos das quartas-de-final do Brasileiro-02.
O São Paulo, que deu o troco no Santos ao eliminá-lo do Paulista deste ano ainda na primeira fase, mudou de lá para cá. Trocou de técnico, perdeu jogadores, deixou de ser tão badalado, mas, mesmo após tropeços nos mata-matas do Nacional e do Estadual-03, mantém as mesmas virtudes e defeitos nos principais fundamentos.
Longe do título, prioriza a conquista de uma das vagas na Libertadores-2004. "Não podemos não levar em consideração a enorme vantagem [nove pontos de diferença] do Cruzeiro", constatou o atacante Luis Fabiano.
Com Rojas, assim como foi com Oswaldo de Oliveira, o time do Morumbi caracteriza-se pelo bom passe (eficiência de 86,6% em 2002 x 83,6% agora), boa pontaria (37% x 35,3% de eficiência nas finalizações) e pouca marcação (123,1 x 119,3 desarmes/jogo).
Outra marca é a indisciplina. Só neste ano foram 15 vermelhos e 102 amarelos -a pior performance entre os times da Série A.
A falta de títulos e o rendimento inconstante no primeiro Brasileiro de pontos corridos pressionam os atletas -os laterais Gabriel e Leonardo já foram afastados pela diretoria para o time B.
"Sei muito bem o que significa perder jogos importantes e não estar na Libertadores. Espero que todos joguem por todos, inclusive por mim. Se não ganharmos, perderemos a chance de disputar o título. É um fato", declarou o capitão Rogério, titular há seis anos.
O Santos do mesmo Emerson Leão, por sua vez, ainda se baseia nos precoces Diego e Robinho, heróis do título do ano passado, mas agora demonstra desânimo.
Depois de frustrada campanha no Paulista e da perda do título da Libertadores, os santistas fracassaram nos dois confrontos diretos com o Cruzeiro (primeiro e segundo turnos), que tem oito pontos de vantagem em relação à equipe da Vila (67 a 59) e que amanhã visita o Criciúma.
No ano passado, o time de Leão também estava na segunda posição antes do clássico contra o São Paulo, mas, naquela ocasião, o líder estava bem mais perto -um ponto à frente. A motivação era ainda maior porque uma rodada antes de enfrentarem o São Paulo os santistas haviam goleado o Cruzeiro (4 a 1) no Mineirão.
A situação é inversa neste ano. Há duas semanas, o líder do campeonato bateu o Santos por 3 a 0 e, desde então, os santistas não mais venceram no Brasileiro. Perderam dois pontos para o Juventude em casa (1 a 1) e outros três para o Internacional na última rodada (1 a 0). No mesmo período, os mineiros bateram o Corinthians (1 a 0) e o Vitória (1 a 0).
"O campeonato ainda não terminou, mas o time caiu um pouco. Agora, dependemos de o Cruzeiro perder. O elenco está meio abalado. Uma vitória sobre o São Paulo pode elevar o nosso moral", afirmou o zagueiro Alex.
O atacante Robinho foi mais taxativo. Afirmou que um tropeço hoje vai tirar o Santos da luta pelo bicampeonato Brasileiro.
"Só a vitória nos interessa. Empate não é bom resultado nem para o Santos nem para o São Paulo. Empate amanhã [hoje] só serve para o Cruzeiro", decretou.

Colaborou a Agência Folha, em Santos

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