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São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2003

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Melhor em tudo, Palmeiras ainda atua sob o trauma do rebaixamento

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem a liderança absoluta na primeira fase, a melhor campanha, o melhor ataque do torneio. Tudo isso não é capaz de apagar o trauma do Palmeiras com o fracasso que levou a equipe para a segunda divisão em 2003.
É sob esse cenário que o clube paulista estréia na segunda fase da Série B, hoje, às 21h40, contra o Santa Cruz, no Recife.
E o que torna o clima ainda mais sombrio para a equipe do treinador Jair Picerni é que o Palmeiras não obteve uma vitória sequer contra os outros adversários de sua chave -Sport e Brasiliense.
"Empolgação aqui não existe. Começamos o campeonato desacreditados e vamos continuar assim até voltarmos à primeira divisão", afirmou o volante Magrão, que retorna hoje ao time.
As palavras do líder palmeirense refletem o pensamento do presidente do clube, Mustafá Contursi. Reservadamente, o dirigente tem dito a amigos que está com receio de que a equipe sinta a pressão e não consiga voltar à elite do futebol nacional em 2004.
Não à toa, Contursi seguiu para Extrema (MG), onde a equipe se preparou para a nova etapa do torneio, para acompanhar os treinamentos e dar apoio aos atletas.
"O Palmeiras tem um grupo forte e tem tudo para subir", declarou o dirigente.
Ontem, a Mancha Alviverde, também se solidarizou com o time. Integrantes da organizada entregaram um manifesto de apoio à equipe ao diretor de futebol palmeirense, Mário Gianini, que conversou por mais de uma hora com os líderes da torcida.
Apesar da mobilização favorável de dirigentes e torcedores, os atletas, principalmente os mais experientes, não conseguem esconder a tensão. Nem o mais rodado de todos, o goleiro pentacampeão mundial Marcos.
"Estou pensando 68 coisas sobre essa partida. Vai ser um jogo de alto risco, e não podemos nem pensar em empatar. Nós temos um time jovem e muito exposto à pressão", declarou o goleiro.
Jair Picerni, treinador que levou o São Caetano à Série A em 2000, tem demonstrado aparente tranquilidade, mas não ignora os perigos da segunda divisão.
"As coisas estão boas, mas, de repente, você toma uma cacetada e tudo vai por água abaixo", disse.
O comandante palmeirense tentará quebrar a invencibilidade do Santa Cruz no estádio do Arruda -em 12 jogos, os pernambucanos venceram nove e empataram três vezes (aproveitamento de 87,8%), uma delas com o Palmeiras (2 a 2). Para isso, ele optou por uma formação mais ofensiva, com Magrão no lugar de Correa.


NA TV - Santa Cruz x Palmeiras, na Record, ao vivo, a partir das 21h40


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