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Melhor em tudo, Palmeiras ainda atua sob o trauma do rebaixamento
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem a liderança absoluta na
primeira fase, a melhor campanha, o melhor ataque do torneio.
Tudo isso não é capaz de apagar o
trauma do Palmeiras com o fracasso que levou a equipe para a
segunda divisão em 2003.
É sob esse cenário que o clube
paulista estréia na segunda fase da
Série B, hoje, às 21h40, contra o
Santa Cruz, no Recife.
E o que torna o clima ainda mais
sombrio para a equipe do treinador Jair Picerni é que o Palmeiras
não obteve uma vitória sequer
contra os outros adversários de
sua chave -Sport e Brasiliense.
"Empolgação aqui não existe.
Começamos o campeonato desacreditados e vamos continuar assim até voltarmos à primeira divisão", afirmou o volante Magrão,
que retorna hoje ao time.
As palavras do líder palmeirense refletem o pensamento do presidente do clube, Mustafá Contursi. Reservadamente, o dirigente
tem dito a amigos que está com
receio de que a equipe sinta a
pressão e não consiga voltar à elite
do futebol nacional em 2004.
Não à toa, Contursi seguiu para
Extrema (MG), onde a equipe se
preparou para a nova etapa do
torneio, para acompanhar os treinamentos e dar apoio aos atletas.
"O Palmeiras tem um grupo
forte e tem tudo para subir", declarou o dirigente.
Ontem, a Mancha Alviverde,
também se solidarizou com o time. Integrantes da organizada entregaram um manifesto de apoio
à equipe ao diretor de futebol palmeirense, Mário Gianini, que
conversou por mais de uma hora
com os líderes da torcida.
Apesar da mobilização favorável de dirigentes e torcedores, os
atletas, principalmente os mais
experientes, não conseguem esconder a tensão. Nem o mais rodado de todos, o goleiro pentacampeão mundial Marcos.
"Estou pensando 68 coisas sobre essa partida. Vai ser um jogo
de alto risco, e não podemos nem
pensar em empatar. Nós temos
um time jovem e muito exposto à
pressão", declarou o goleiro.
Jair Picerni, treinador que levou
o São Caetano à Série A em 2000,
tem demonstrado aparente tranquilidade, mas não ignora os perigos da segunda divisão.
"As coisas estão boas, mas, de
repente, você toma uma cacetada
e tudo vai por água abaixo", disse.
O comandante palmeirense
tentará quebrar a invencibilidade
do Santa Cruz no estádio do Arruda -em 12 jogos, os pernambucanos venceram nove e empataram três vezes (aproveitamento
de 87,8%), uma delas com o Palmeiras (2 a 2). Para isso, ele optou
por uma formação mais ofensiva,
com Magrão no lugar de Correa.
NA TV - Santa Cruz x
Palmeiras, na Record, ao
vivo, a partir das 21h40
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