São Paulo, segunda-feira, 04 de novembro de 2002

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TÊNIS

Pela primeira vez na carreira, aproveitamento do brasileiro na segunda metade da temporada é superior ao da primeira

Guga é vice em Paris e encerra ano atípico

MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

O brasileiro Gustavo Kuerten encerrou ontem sua participação na temporada 2002 da ATP com uma derrota na decisão de duplas do Masters Series de Paris. Ele e o francês Cedric Pioline foram derrotados pelos também franceses Nicolas Escudé e Fabrice Santoro por 2 a 0 (parciais de 6/3 e 7/6).
O jogo foi equilibrado e só teve uma quebra de serviço, a favor de Escudé e Santoro no primeiro set.
"Tivemos chances no segundo set, especialmente no tie-break. Saímos na frente, mas, na hora de fecharmos o set, levamos azar. Foi uma semana legal, deu para surpreender muita gente e levar um troféuzinho", disse o brasileiro.
Guga (144º do mundo em duplas) e Pioline (160º) -que anunciou a aposentadoria ao fim do jogo -haviam batido as duas melhores parcerias da temporada, Daniel Nestor/Mark Knowles e Jonas Bjorkman/Todd Woodbridge, nas quartas-de-final e na semifinal, respectivamente.
O título encerrou um ano atípico de Gustavo Kuerten. Pela primeira vez desde que começou a disputar torneios do principal circuito da ATP, em 1996, o brasileiro conseguiu melhor aproveitamento de vitórias na segunda metade da temporada, a partir dos eventos disputados na grama.
Nos últimos quatro meses do ano, Kuerten disputou nove torneios. Conquistou seu único título em 2002 na Costa do Sauípe e ainda foi vice em Lyon, em seu melhor resultado já obtido no carpete. Em 24 jogos no período, ele triunfou em 16 (67% de vitórias).
Um índice superior ao obtido no primeiro semestre, quando o tenista participou de somente seis competições, atuou em 15 jogos e saiu vitorioso nove vezes (60%).
O menor valor na primeira metade de 2002 é relacionado aos problemas físicos enfrentados pelo catarinense no início do ano.
Guga, então segundo no ranking de entradas, perdeu na estréia nos dois primeiros torneios que entrou no ano e interrompeu as atividades no fim de fevereiro.
Depois do revés no Torneio de Buenos Aires, ele decidiu se submeter a uma cirurgia no quadril para tentar se livrar das dores na cintura que o incomodavam desde a temporada anterior.
Dessa forma, Kuerten perdeu os três primeiros Masters Series do ano e só voltou ao circuito nos últimos dias de abril, em Mallorca, ainda no segundo posto da ATP.
Em junho, em Roland Garros, onde defendia o título, foi eliminado nas oitavas-de-final e caiu para a 16ª posição no ranking.
Retornou às quadras apenas em meados de julho. Eliminado na estréia nos Masters Series de Toronto e Cincinnati, despencou para o 55º lugar após o Aberto dos EUA, a pior condição desde 1997.
Porém, no início de setembro, iniciou a sua melhor fase na temporada, com as campanhas na Costa do Sauípe, em Lyon e a participação na equipe brasileira que derrotou o Canadá na repescagem da Copa Davis, no Rio.
No período, o tenista alcançou uma série inédita dez vitórias consecutivas em três pisos distintos: quadra dura, saibro e carpete.
Sem ter mais jogos oficiais da ATP, Gustavo Kuerten, 33º do ranking de simples, encerrará o ano com um torneio de exibição entre brasileiros e argentinos a partir de amanhã, em São Paulo.



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