EDUARDO OHATA

Todo ano a história se repete... O Natal vai se aproximando e as pessoas têm que decidir o que vão dar de presente a parentes e amigos. Desta vez, que tal radicalizar? Por que não oferecer àquele fã do boxe a oportunidade de lutar por um título mundial? Não, não é impossível.
Um empresário -que já colocou o Brasil lutando por título- com quem conversei há pouco tempo deu a fórmula para construir um lutador e colocá-lo no ranking mundial sem pôr em risco seu "investimento".
"Não é muito difícil fabricar um cartel que impressione público e promotores. É só manter o lutador enfrentando uns argentinos, colombianos e chilenos de quinta categoria. Pronto, logo você acumula umas 20 vitórias."
O próximo passo é fazer com que seu lutador entre no ranking de alguma das inúmeras organizações que controlam o boxe. Segundo o mesmo empresário, não é tarefa impossível, desde que você conheça alguém que faça parte do comitê classificador e conte com recursos financeiros.
"Não é necessário fazer nenhum pagamento adiantado. Mas você promete ao contato no comitê classificador parte da bolsa de seu lutador quando este desafiar o campeão", revelou, acrescentando, em tom irônico, que "desse jeito, até eu poderia ter chegado à disputa de título".
Alguns casos que se tornaram públicos comprovam a existência desse tipo de acordo. Em 1994, o empresário do ex-campeão dos pesados Michael Moorer, John Davimos, acusou, diante de um tribunal, o representante da Associação Mundial de Boxe Jimmy Binns de extorsão.
"Ele me disse que era muito poderoso dentro da entidade e que tinha poder para fazer as coisas acontecerem, mas cobraria 5% de nossa bolsa quando lutássemos pelo título", afirmou. O promotor de lutas Bob Arum também fez alegações semelhantes contra a AMB no passado.
Uma disputa de título por apenas 5% da bolsa... Não é uma boa pechincha para o Natal?

NOTAS

Início
A 38ª edição do Torneio dos Campeões, concluída na última terça-feira, definiu os representantes de São Paulo no Brasileiro, que acontece a partir do dia 8, em São José do Rio Preto: José Anastácio (mosca-ligeiro), Antônio Cruz (mosca), Valdemir Pereira (galo), Agnaldo Nunes (pena), Weber Mendonça (leve), Américo Nascimento (meio-médio-ligeiro), Emerson Marques (meio-médio), Cleiton Conceição (médio-ligeiro), José Ricardo Rodrigues (médio), Wagner Vasconcelos (meio-pesado), Marcelino Novais (pesado), Fábio Maldonado (superpesado).

Fim
O médio brasileiro Peter Venâncio foi nocauteado no segundo assalto pelo mexicano Rito Ruvalcaba, sexto do ranking da Associação Mundial, na última semana, nos EUA. O que não dá para entender é como classificaram a luta como eliminatória, se Venâncio não estava mais ranqueado.



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