São Paulo, segunda, 5 de janeiro de 1998.



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Lusa pode fazer 2ª sindicância

MARCELO DAMATO
da Reportagem Local

A negociação do meia-lateral Zé Roberto ao Real Madrid poderá ser tema de uma segunda investigação na Lusa, a partir desta semana.
Amanhã à noite, o Conselho de Orientação e Fiscalização do clube terá reunião extraordinária.
A pauta é a negociação do meia-atacante Rodrigo com o Real Madrid, concluída no dia 30 de dezembro último.
Segundo o presidente do COF, Antonio de Almeida e Silva, a reunião foi convocada a pedido de vários conselheiros em razão das notícias de que Rodrigo teria sido negociado por menos do que os US$ 15 milhões fixados pelo COF, o órgão que tem poder para isso, segundo o estatuto.
O próprio contrato em que a Lusa cede ao Real Madrid a opção de comprar o jogador fixa o valor do passe em US$ 10 milhões.
"Mas é muito provável que o caso de Zé Roberto seja tratado também. Afinal, eles estão ligados", disse Almeida e Silva.
O presidente da Lusa, Manuel Gonçalves Pacheco, cedeu ao Real Madrid a opção de compra de Rodrigo na mesma reunião em que acertou a transferência de Zé Roberto.
Na primeira investigação da transferência do meia-lateral, feita pelo COF em abril, Pacheco afirmara que o negócio fora feito diretamente entre a Lusa e o Real Madrid, apesar de os documentos que assinara afirmarem a presença de um terceiro clube, o Central Español, do Uruguai.
Pacheco disse à Folha que o presidente do Real Madrid, Lorenzo Sanz, pedira a inclusão de um clube intermediário e que ele não vira nada de mal no assunto.
Sanz, procurado pela Folha, disse não se lembrar de como havia feito o negócio, fechado apenas nove meses antes.
O empresário uruguaio Juan Figer, o arquiteto da negociação (tinha relação com os três clubes e ainda era procurador de Zé Roberto), disse a entrada do Central Español teve como motivo pagamentos que o Real Madrid tem a fazer para Zé Roberto.
O jogador, por sua vez, negou essa afirmação e ainda acrescentou que nada recebera a título de 15%, nem do Real.
Segundo Almeida e Silva, Pacheco afirma que o Real Madrid se comprometeu a pagar o US$ 1,2 milhão a que Zé Roberto tem direito na transação, mas nunca apresentou um documento comprovando isso.
Pela legislação brasileira, cabe ao jogador 15% do preço de seu passe, pagos pelo clube que o cede.



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