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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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Na Vila, equipe perde série incrível de finalizações, marca só no segundo tempo e empurra para jogo de volta contra o Independiente sonho de ir à final da Libertadores após 40 anos

Santos desperdiça goleada e vai correr em Medellín

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Nenê, que entrou no segundo tempo, festeja seu gol, que deu a vitória ao Santos no jogo de ida pelas semifinais da Libertadores


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi muito fácil. Tão fácil que quase ficou impossível.
O Santos pressionou o Independiente Medellín o tempo todo, criou várias chances, deixou o rival desnorteado, mas não marcou até os 22min do segundo tempo.
A vitória por 1 a 0 na Vila Belmiro deu a vantagem do empate no jogo de volta na Colômbia, mas a goleada histórica que incrivelmente não saiu ontem poderia praticamente garantir o time paulista na final da Libertadores, algo que o Santos busca desde 1963.
Com quatro minutos de jogo, Robinho já tinha perdido duas chances claras para marcar. Em uma, recebeu livre na esquerda e bateu colocado, mas a bola passou rente à trave esquerda de González (guarde esse nome).
Pouco depois, o atabalhoado goleiro adversário deu rebote após um chute da direita e mandou a bola na cabeça de Robinho com o gol escancarado. O ídolo santista, péssimo em finalizações (fez apenas um gol de cabeça em sua carreira), atrapalhou-se e desperdiçou outra oportunidade.
Errar na conclusão, porém, foi um pecado coletivo no time santista, que mais uma vez teve o meia Fabiano como atacante.
Renato, com vocação artilheira maior nesta temporada -fez o gol da vitória contra o São Paulo no domingo-, chutou quase de frente para o gol e quase da pequena área. A bola saiu com força, mas à direita do gol de González.
Era mesmo a noite dos gols perdidos. Na única chance real dos colombianos na primeira etapa, Moreno recebeu sozinho na cara de Fábio Costa. O atacante do Independiente bateu rasteiro. A bola tocou nas pernas do goleiro santista e, caprichosamente, no travessão antes de sair.
Aos 18min, Alex teve sua primeira chance em cobrança de falta. Como sempre, o chute do zagueiro saiu com potência. A bola desviou em Fabiano e, por pouco, não entrou no gol, com González totalmente batido no lance.
Dois minutos depois, nova falta. González, mais uma vez, se safou, pois a bola ficou na barreira.
Diego teve sua chance. Girou na entrada da área e bateu mascado. Bola para fora. Pereira teve chance bem melhor. Trombou com o goleiro, horrível nas saídas de bola, mas Calle salvou em cima da linha. No rebote, o mesmo Pereira teve outra oportunidade. Falhou.
Aos 29min, Robinho ficou mais uma vez com o gol à sua disposição, sem goleiro. Bateu de esquerda por cima do travessão. Minutos depois, Léo estava na cara de González. O lateral-esquerdo chutou em cima do goleiro.
Estava fácil para entrar na área do rival, mas estava mais fácil ainda chutar de fora da área. Robinho arriscou e se deu melhor do que quando chutou de perto. A bola triscou a trave esquerda de González, e Fabiano, em posição de impedimento, quase marcou.
Nos minutos finais da etapa inicial, os mesmos problemas do começo. Por duas vezes, a bola passou na pequena área com pelo menos um santista em condições de empurrar para as redes. Elano perdeu o gol mais feito da noite ao aliviar a bola a um passo da linha.
González tentava ajudar e quase conseguiu no último lance, quando repôs a bola no corpo de Fabiano. A bola saiu pela linha de fundo. Um emocionante 0 a 0.
No segundo tempo, o Santos voltou mais nervoso. Leão havia armado uma "tática light", procurando tirar a pressão de seus jogadores, esgotados fisicamente e emocionalmente. Mas o nervosismo acabou dando resultado.
O atacante Nenê, que entrou no lugar do lateral-direito Wellington, fez o que parecia impossível, o gol. Reserva mesmo com Ricardo Oliveira contundido, o ex-palmeirense fez jogada individual pela esquerda e bateu cruzado para vencer González -o goleiro dera outro rebote esquisito.
O mesmo Nenê quase ampliou o magro e incompreensível 1 a 0 em uma bela cobrança de falta. A bola resvalou no travessão.
A pressão seguiu até os últimos segundos. Robinho teve tempo de errar uma outra finalização quase da pequena área na cara do goleiro. Chutou forte na rede pelo lado de bola, mostrando sua maior deficiência, que foi a maior de todo o time no jogo de ontem à noite.
O Santos manteve a invencibilidade (já são 11 jogos na Libertadores sem derrota). Está a só um passo da decisão. Parece fácil.


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