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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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BODYBOARDING

Prefeito chama de "esfarrapada" alegação de órgão internacional para suspender evento em São Conrado

Beira-Mar adia etapa de Mundial no Rio

RICARDO WESTIN
DA SUCURSAL DO RIO

Uma onda de violência supostamente provocada pela prisão de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, há dois anos, pode tirar o Rio do calendário mundial de bodyboarding.
Pelo menos foi esse o argumento usado pela IBA (Associação Internacional de Bodyboarding) para justificar o adiamento por tempo indeterminado da terceira etapa do Circuito Mundial, prevista para ocorrer de 29 de julho a 7 de agosto, na praia de São Conrado.
"O principal motivo é a série de problemas que vêm atingindo o Rio desde o ano passado [na verdade, foi há dois anos], quando o narcotraficante Fernando Beira-Mar foi preso. Desde então, a cidade vem enfrentando ações violentas de pessoas ligadas ao traficante, como ataques a ônibus e tiros em áreas públicas", diz nota divulgada pela entidade. "Os organizadores esperam que todos entendam a situação. A segurança dos atletas e das equipes técnicas vem sempre em primeiro lugar."
A nota, em inglês, é assinada pelo representante da IBA no Brasil, Francisco Garritano.
Ele afirma que o prefeito Cesar Maia (PFL) adiou indefinidamente alguns eventos na cidade e que só reverá sua decisão quando a segurança for restabelecida.
"É uma desculpa esfarrapada", reagiu Maia. "Não conseguiram realizar o evento e inventaram uma desculpa para não serem desqualificados na federação."
A Secretaria Municipal de Esportes e Lazer informa que vários torneios serão disputados normalmente neste ano.
A polêmica surge uma semana depois que a equipe brasileira de nado sincronizado mudou uma coreografia que remetia à violência. Temia-se que a apresentação no Pan-Americano aludisse aos problemas de insegurança do Rio.
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) está na reta final para escolher, entre Rio e São Paulo, qual será a candidata do país à sede dos Jogos Olímpicos de 2012.
A nota da entidade internacional pegou de surpresa a Confederação Brasileira de Bodyboarding e a federação carioca, responsáveis pela etapa do circuito.
Segundo o vice-presidente da confederação, Alexandre Siqueira, foi solicitado à IBA o adiamento da competição em um mês por causa da falta de patrocinadores.
"Fomos pegos de surpresa. A resposta da IBA foi essa nota falando da violência. Esse nunca foi o motivo", disse Siqueira, que só agora deve apresentar o projeto, de US$ 80 mil, à Prefeitura do Rio.
Ele teme que, caso o torneio não aconteça, o Brasil não possa mais sediar etapas do circuito e deu a entender que a polêmica tenha a ver com o fato de os dirigentes da IBA serem australianos, os principais rivais dos brasileiros.
Segundo a entidade, "ainda há uma pequena chance" de a prova acontecer no final do ano.


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