São Paulo, sábado, 5 de junho de 1999

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FUTEBOL
Amistoso, preparatório para a Copa América, reedita uma das mais emocionantes partidas do Mundial-98
Brasil e Holanda superam "overdose'

ALEXANDRE GIMENEZ
enviado especial a Salvador

Mesmo numa época de "overdose" de futebol -com as finais dos campeonatos estaduais, Copa do Brasil e Libertadores-, a partida entre Brasil e Holanda, às 16h, no estádio da Fonte Nova, em Salvador, oferece vários motivos para "seduzir" até o mais entediado torcedor brasileiro.
Quer alguns motivos?
1) É a reedição de uma das mais emocionantes partidas da Copa da França. Após empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, a seleção brasileira conseguiu a vaga na final em cobrança de pênaltis.
2) É a primeira vez que a seleção holandesa joga no Brasil.
3) Em seis jogos, o equilíbrio é total: duas vitórias para cada time e outros dois empates.
4) Os maiores destaques dos campeonatos da Itália (Amoroso, Davids) e Espanha (Rivaldo e Seedorf) estarão em campo.
5) É o teste mais forte da seleção antes da Copa América.
"A seleção da Holanda é uma equipe muito forte. É um time que consegue aliar uma técnica invejável à disciplina tática", disse o técnico Wanderley Luxemburgo.
A Holanda teve, segundo levantamento do Datafolha, alguns dos melhores índices da Copa-98.
O time alcançou, por exemplo, o maior tempo de posse de bola do torneio: média de 33m53s por partida. Nesse quesito, a seleção brasileira teve a segunda melhor média da competição: 32m47s.
Os holandeses também tiveram a maior quantidade de passes trocados: média de 490,3 por partida, contra 448,4 dos brasileiros.
"A Holanda é um time que toca a bola em seu campo de ataque. Isso é perigoso, pois assim eles passam a maior parte do tempo próximos ao gol rival", diz Luxemburgo.
No Mundial, a Holanda permaneceu no campo adversário por 56,3% do tempo em que teve a posse de bola. O Brasil, 48,9%.
Isso se refletiu diretamente no número de finalizações certas de cada time: média de 8,1 para a Holanda, novamente a melhor da Copa, contra 5,4 dos brasileiros.
"Não houve uma grande mudança tática na Holanda. Em alguns momentos do jogo, eles atuam no 4-2-4, com dois jogadores de meio se deslocando para as laterais", afirma Luxemburgo.
Hoje, a formação titular da seleção holandesa deverá contar com sete jogadores que participaram do jogo contra o Brasil na Copa.
"Para anularmos o adversário, teremos que fazer uma forte marcação. Não podemos deixar que eles trabalhem a bola com facilidade", concluiu o treinador.
Para o atacante Amoroso, artilheiro do último Campeonato Italiano, a Holanda é uma das poucas seleções que têm coragem de jogar contra o Brasil no ataque.
"Esse é um jogo muito bonito para o torcedor assistir. São times técnicos, que buscam sempre o gol", disse Amoroso, que formará o ataque ao lado de Giovanni.
Rivaldo terá a função de auxiliar o ataque, além de ter permissão de trocar de posição com os dois atletas. O jogador conhece muito bem a equipe rival, já que seis atletas holandeses que jogam com ele no Barcelona estão no Brasil.
"Mesmo sendo um amistoso, temos a obrigação de ganhar. Eles não jogam em casa, por isso não sofrem nenhuma pressão", disse.
O meia Leonardo, designado capitão do time brasileiro, disse que o jogo de hoje é um grande teste para a Copa América.
"O futebol europeu está chegando a um nível de desenvolvimento tático invejável, com a criação de muitas variações e planos específicos para cada jogo. A Holanda é talvez o time mais desenvolvido neste quesito."
˛ NA TV - Globo e Bandeirantes, às 16h, ao vivo



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