|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Amistoso, preparatório para a Copa América, reedita uma das mais emocionantes partidas do Mundial-98
Brasil e Holanda superam "overdose'
ALEXANDRE GIMENEZ
enviado especial a Salvador
Mesmo numa época de "overdose" de futebol -com as finais dos
campeonatos estaduais, Copa do
Brasil e Libertadores-, a partida
entre Brasil e Holanda, às 16h, no
estádio da Fonte Nova, em Salvador, oferece vários motivos para
"seduzir" até o mais entediado torcedor brasileiro.
Quer alguns motivos?
1) É a reedição de uma das mais
emocionantes partidas da Copa da
França. Após empate em 1 a 1 no
tempo normal e na prorrogação, a
seleção brasileira conseguiu a vaga
na final em cobrança de pênaltis.
2) É a primeira vez que a seleção
holandesa joga no Brasil.
3) Em seis jogos, o equilíbrio é total: duas vitórias para cada time e
outros dois empates.
4) Os maiores destaques dos
campeonatos da Itália (Amoroso,
Davids) e Espanha (Rivaldo e Seedorf) estarão em campo.
5) É o teste mais forte da seleção
antes da Copa América.
"A seleção da Holanda é uma
equipe muito forte. É um time que
consegue aliar uma técnica invejável à disciplina tática", disse o técnico Wanderley Luxemburgo.
A Holanda teve, segundo levantamento do Datafolha, alguns dos
melhores índices da Copa-98.
O time alcançou, por exemplo, o
maior tempo de posse de bola do
torneio: média de 33m53s por partida. Nesse quesito, a seleção brasileira teve a segunda melhor média
da competição: 32m47s.
Os holandeses também tiveram a
maior quantidade de passes trocados: média de 490,3 por partida,
contra 448,4 dos brasileiros.
"A Holanda é um time que toca a
bola em seu campo de ataque. Isso
é perigoso, pois assim eles passam
a maior parte do tempo próximos
ao gol rival", diz Luxemburgo.
No Mundial, a Holanda permaneceu no campo adversário por
56,3% do tempo em que teve a posse de bola. O Brasil, 48,9%.
Isso se refletiu diretamente no
número de finalizações certas de
cada time: média de 8,1 para a Holanda, novamente a melhor da Copa, contra 5,4 dos brasileiros.
"Não houve uma grande mudança tática na Holanda. Em alguns
momentos do jogo, eles atuam no
4-2-4, com dois jogadores de meio
se deslocando para as laterais",
afirma Luxemburgo.
Hoje, a formação titular da seleção holandesa deverá contar com
sete jogadores que participaram
do jogo contra o Brasil na Copa.
"Para anularmos o adversário,
teremos que fazer uma forte marcação. Não podemos deixar que
eles trabalhem a bola com facilidade", concluiu o treinador.
Para o atacante Amoroso, artilheiro do último Campeonato Italiano, a Holanda é uma das poucas
seleções que têm coragem de jogar
contra o Brasil no ataque.
"Esse é um jogo muito bonito para o torcedor assistir. São times
técnicos, que buscam sempre o
gol", disse Amoroso, que formará
o ataque ao lado de Giovanni.
Rivaldo terá a função de auxiliar
o ataque, além de ter permissão de
trocar de posição com os dois atletas. O jogador conhece muito bem
a equipe rival, já que seis atletas
holandeses que jogam com ele no
Barcelona estão no Brasil.
"Mesmo sendo um amistoso, temos a obrigação de ganhar. Eles
não jogam em casa, por isso não
sofrem nenhuma pressão", disse.
O meia Leonardo, designado capitão do time brasileiro, disse que
o jogo de hoje é um grande teste
para a Copa América.
"O futebol europeu está chegando a um nível de desenvolvimento
tático invejável, com a criação de
muitas variações e planos específicos para cada jogo. A Holanda é
talvez o time mais desenvolvido
neste quesito."
˛
NA TV - Globo e Bandeirantes, às
16h, ao vivo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|