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STOP & GO
Regras
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Como sempre acontece depois
de GPs chatos e sem grandes
emoções, a F-1 volta a discutir
seu incerto futuro, sem vácuo e
ultrapassagens, de disputas resolvidas no tranco, dos pneus
com ou sem sulcos, dos pneus
para qualquer tempo.
E, assim, Hill, que se considera
uma espécie de patriarca dos pilotos, e Schumacher, que se considera o outorgado a falar pelo
resto dos pilotos, soltam suas
baterias contra a FIA, contra
Mosley e contra o regulamento.
E, na mesma moeda, Mosley
resolve falar ao "Times", desancando Hill e Schumacher, lembrando que os dois e o resto da
turma são regiamente pagos para pilotar e dar espetáculo, não
para questionar as regras.
Na verdade, tudo isso não passa de teatro, já que equipes e fornecedores estão no limite de seus
cronogramas para 2000.
O regulamento técnico, pelo
menos no papel, aguarda modificações importantes para as
próximas três temporadas.
E, como de praxe, a coisa está
naquela fase arranca-rabo, com
as grandes montadoras querendo liberdade de construção (algumas, como Honda e BMW, cogitando até ressuscitar o velho
12 cilindros), a Bridgestone fazendo lobby para cortar custos
e, óbvio, as grandes equipes vetando qualquer tipo de modificação que possa comprometer
seus planejamentos, orçamentos, ou, em bom português, que
possa ameaçar o atual e conveniente estado de coisas da F-1.
As bravatas românticas de
Hill, Schumacher e Villeneuve
servem apenas para alimentar a
polêmica na mídia. E Mosley,
como bom político que é, também se submete à interpretação.
Na F-1, um bom espetáculo está garantido se existem três ou
quatro sujeitos lutando pela
ponta, e com pelo menos dois
brigando pelo título. Basta fazer
as contas para perceber que esse
cenário já existe e produz um
bom dinheiro. Por que mudar?
Temporadas históricas, como
a de 1986, acontecem por puro
acaso. Não dá para fabricar.
NOTAS
Primeiro pelotão
A McLaren dominou e ganhou o GP da Espanha, mas
deixou claro que os bons tempos de 1998 já são parte do passado. A Ferrari praticamente
pulverizou o tal meio segundo
que a separava da rival, e ainda
deve contar com um motor novo, bem mais compacto, até Silverstone. Se não for nesta temporada, não será nunca.
Segundo pelotão
À exceção dos contendores
do título, a Jordan é a equipe
mais regular do primeiro terço
do campeonato graças a um
impecável Frentzen. E a Stewart, de surpresa, já corre o risco de virar traque, um golpe
que Barrichello dificilmente assimilará -já viu esse filme, na
Jordan, em 1996. Para emplacar
mesmo no mercado de pilotos
de 2000, precisa muito de bons
resultados até Silverstone.
F-3000
Quem assistiu pode confirmar. Alguns brasileiros deram
vexame em Montmeló.
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