São Paulo, sábado, 5 de junho de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

STOP & GO
Regras

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Como sempre acontece depois de GPs chatos e sem grandes emoções, a F-1 volta a discutir seu incerto futuro, sem vácuo e ultrapassagens, de disputas resolvidas no tranco, dos pneus com ou sem sulcos, dos pneus para qualquer tempo.
E, assim, Hill, que se considera uma espécie de patriarca dos pilotos, e Schumacher, que se considera o outorgado a falar pelo resto dos pilotos, soltam suas baterias contra a FIA, contra Mosley e contra o regulamento.
E, na mesma moeda, Mosley resolve falar ao "Times", desancando Hill e Schumacher, lembrando que os dois e o resto da turma são regiamente pagos para pilotar e dar espetáculo, não para questionar as regras.
Na verdade, tudo isso não passa de teatro, já que equipes e fornecedores estão no limite de seus cronogramas para 2000.
O regulamento técnico, pelo menos no papel, aguarda modificações importantes para as próximas três temporadas.
E, como de praxe, a coisa está naquela fase arranca-rabo, com as grandes montadoras querendo liberdade de construção (algumas, como Honda e BMW, cogitando até ressuscitar o velho 12 cilindros), a Bridgestone fazendo lobby para cortar custos e, óbvio, as grandes equipes vetando qualquer tipo de modificação que possa comprometer seus planejamentos, orçamentos, ou, em bom português, que possa ameaçar o atual e conveniente estado de coisas da F-1.
As bravatas românticas de Hill, Schumacher e Villeneuve servem apenas para alimentar a polêmica na mídia. E Mosley, como bom político que é, também se submete à interpretação.
Na F-1, um bom espetáculo está garantido se existem três ou quatro sujeitos lutando pela ponta, e com pelo menos dois brigando pelo título. Basta fazer as contas para perceber que esse cenário já existe e produz um bom dinheiro. Por que mudar?
Temporadas históricas, como a de 1986, acontecem por puro acaso. Não dá para fabricar.

NOTAS

Primeiro pelotão
A McLaren dominou e ganhou o GP da Espanha, mas deixou claro que os bons tempos de 1998 já são parte do passado. A Ferrari praticamente pulverizou o tal meio segundo que a separava da rival, e ainda deve contar com um motor novo, bem mais compacto, até Silverstone. Se não for nesta temporada, não será nunca.

Segundo pelotão
À exceção dos contendores do título, a Jordan é a equipe mais regular do primeiro terço do campeonato graças a um impecável Frentzen. E a Stewart, de surpresa, já corre o risco de virar traque, um golpe que Barrichello dificilmente assimilará -já viu esse filme, na Jordan, em 1996. Para emplacar mesmo no mercado de pilotos de 2000, precisa muito de bons resultados até Silverstone.

F-3000
Quem assistiu pode confirmar. Alguns brasileiros deram vexame em Montmeló.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.