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AÇÃO
Dois ou nenhum
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Começou mal e não terminou diferente. Ao menos
para nós brasileiros, o Rio Surf
International foi decepcionante.
Por pouco não melou. Na véspera do início da competição, a
prefeitura da cidade maravilhosa resolveu demonstrar todo seu
zelo com o dinheiro público, atitude plenamente justificável,
exigindo a prestação de contas
dos anos anteriores, quando
também patrocinou a etapa
brasileira do Mundial.
Corre daqui, dali, ameaças,
especulações, estresse, e o Brasil,
que vem pleiteando abrigar
duas etapas do Tour, quase ficou sem nenhuma. Os organizadores da prova, apoiadores da
gestão municipal anterior, e o
responsável pelas etapas passadas tiveram que fazer em dois
dias o que poderia ser feito em
meses, mas não foi solicitado.
Enquanto as tratativas políticas seguiam, o swell se ia. Com
contas ou sem elas, a interferência do governador motivou o
prefeito a liberar a verba, e o
campeonato teve início.
Evento móvel, foi transferido
da Barra da Tijuca para a Prainha, locação muito mais agradável e com ondas ligeiramente
melhores. Além dos 11 brasileiros que disputam o WCT, o "time" ganhou um reforço de três
convidados, Léo Neves, Tadeu
Pereira e Victor Ribas.
E, apesar desse contingente,
surfando em casa e em ondas
pequenas, teoricamente favoráveis, os brasileiros não foram
longe. Paulo Moura, Armando
Daltro e Fábio Gouveia em nono, e Peterson Rosa e Neco Padaratz, em quinto, foram os melhores. O que, convenhamos, para o Brasil ficou aquém das expectativas.
Teco Padaratz, que chegou como terceiro do mundo, errou na
prioridade nos momentos decisivos da bateria e perdeu para o
inglês Russel Winter, penúltimo
do ranking, caindo três posições.
Nessa fase, o promissor Paulo
Moura surpreendeu e despachou o atual vice-campeão
mundial, Luke Egan.
Na manhã de terça, o Rio Surf
foi transferido para o Arpoador,
onde apesar de pequenas as ondas estavam perfeitas. Entre os
16 competidores que seguiam na
prova, apenas cinco concorrentes brasileiros. Moura competindo com Rosa ficou por aí, assim
como Daltro e Gouveia, que fez
uma bateria com muito estilo
com o atual campeão mundial,
Sunny Garcia.
O que sobrou para o havaiano
Garcia dentro d'água, faltou na
areia. Ele agrediu o fotógrafo
Beto Issa com a prancha e será
julgado pela atitude na próxima
reunião da ASP, na África do
Sul. O lamentável fato pode acabar favorecendo Victor Ribas,
responsável por outro episódio
infeliz de agressão na semana
passada nas Ilhas Maldivas.
Ambos correm o risco de suspensão, mas, enquanto Victor
corre apenas o ranking de acesso em 2001 (disputou no Rio como convidado), Garcia ocupa a
quarta posição no Mundial.
Entre os quatro finalistas que
competiram ontem no Arpoador, um americano e três australianos. Com a primeira posição no ranking garantida C.J.
Hobgood, da Flórida, perdeu
para Mark Occhilupo, em melhor forma que no ano passado,
de ressaca do título mundial de
99, e Trent Munro despachou o
conterrâneo Joel Parkinson e
depois Occy, para chegar ao seu
primeiro título do WCT.
Agora, um lobby que envolve
até o nome de Gustavo Kuerten
tenta levar a etapa brasileira do
WCT para Florianópolis.
Amor à vida
Quatro anos depois de ficar desenganado devido um câncer, o
ciclista norte-americano Lance Armstrong, 29, segue vencendo.
Na semana passada, completou os 1.200 km da Volta da Suíça
em primeiro e, neste sábado, vai atrás do tricampeonato da tradicional Volta da França.
Mais bike
A dupla Michel Bogli e José Pinto venceu a Race Across America, prova com 4.800 km que cruza os EUA de costa a costa, e bateu o recorde da competição, com sete dias e 55 minutos.
Corrida de aventura
A quarta etapa do Circuito Brasileiro começa sábado, com largada prevista para as 9h, em São Sebastião (SP). As 30 equipes
inscritas farão doações de agasalhos para os convidados locais.
A prova terá 230 km.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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