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FUTEBOL
Time tem melhor desempenho em competições internacionais
Palmeiras "duas faces" enfrenta hoje o Cruzeiro
PAULO COBOS
da Reportagem Local
O Palmeiras, que enfrenta hoje
o Cruzeiro, às 17h, pelo Brasileiro,
conseguiu atingir o estrelato internacional nos últimos meses
deixando em segundo plano as
competições locais.
A partir do segundo semestre de
1998, quando disputou a Copa
Mercosul pela primeira vez, o time do técnico Luiz Felipe Scolari
ganhou os dois títulos internacionais que disputou e fracassou nos
quatro disputados apenas por
clubes brasileiros.
Nas competições que disputa
atualmente, mais uma vez, o time
tem um desempenho pior no
campeonato local.
No Brasileiro, antes dos jogos de
ontem, ocupava apenas o 16º lugar na classificação geral, com
apenas oito pontos ganhos em sete jogos e a sofrível média de 1,29
gol marcado por partida.
Já, na Copa Mercosul-99, em
que venceu o River Plate por 3 a 0
na última quinta-feira, lidera o
Grupo A com oito pontos em
quatro partidas e tem a expressiva
média de 3,75 gols anotados por
jogo disputado pelo torneio.
Comparando-se os números do
Palmeiras a partir do segundo semestre de 1998, fica mais claro o
descompasso da equipe.
Em 31 jogos pela Copa Mercosul
e Taça Libertadores da América, o
time ganhou 70% dos pontos disputados, com média de 2,16 gols
marcados por partida.
Já nos 69 confrontos que fez por
competições nacionais os números são mais modestos -aproveitamento de 57% e média de
1,84 gol por jogo.
"A Libertadores e a Mercosul
são disputas diferentes. A classificação é decidida em poucos jogos.
Você não pode dar chance para os
adversários", diz o lateral Arce.
Para o jogador paraguaio, a oscilação palmeirense nos torneios
locais não acontece por falta de
interesse dos jogadores.
"O time entra em campo com a
mesma motivação em todas as
partidas", afirma.
Um bom exemplo da falta de
bons resultados do Palmeiras em
competições locais acontece justamente contra o Cruzeiro, rival
de hoje no Parque Antarctica.
No ano passado, o time mineiro
eliminou o Palmeiras nas quartas-de-final do Brasileiro.
Os paulistas deram o troco no
mês seguinte, quando bateram o
Cruzeiro na decisão da Mercosul.
"Contra o Cruzeiro, nunca podemos dizer que vamos ganhar o
jogo", diz Scolari, que discorda da
máxima de que o time mineiro dá
liberdade para o rival jogar.
"O Cruzeiro é uma das equipes
com marcação mais forte no Brasil", afirma o técnico, que também reclama da arbitragem em
relação à equipe mineira.
"Tenho a preocupação de que
os árbitros marquem as faltas cometidas pelo Muller, que sempre
segura os zagueiros", declara o
treinador, que considera antijogo
o estilo do atacante.
Muller é também uma das preocupações da defesa palmeirense.
"Ele é muito inteligente e rápido, precisa ser marcado em cima", afirma Roque Júnior.
Para Scolari, ganhar do Cruzeiro, time que depois do Corinthians foi o que mais enfrentou
como técnico do Palmeiras, não
tem sabor especial.
"Para mim, qualquer jogo é gostoso", afirmou o treinador.
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