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OLIMPÍADA
Comitê dos Jogos quer fazer julgamento à distância
Terrorismo e táxis preocupam organização de Sydney-2000
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial a Sydney
Além da descoberta de ingressos desviados do público para serem negociados pelo Comitê Organizador dos Jogos de Sydney no
mercado paralelo, dois outros
pontos ligados à Olimpíada preocupam os australianos.
O primeiro diz respeito ao risco
de atentados. O segundo, às reclamações contra os taxistas.
Em relação à possibilidade de
algum ato terrorista, o comitê
quer um acordo com todos os
países que participarão dos Jogos
para que eles colaborem em eventuais investigações.
Para isto, os tribunais de Sydney
preparam um sistema de vídeo
para que testemunhas de crimes e
atos de vandalismo ou terrorismo
nos Jogos possam prestar depoimento ainda que estejam de volta
a seus países de origem.
"Independentemente de serem
acusados de alguma coisa ou simples testemunhas, os visitantes estrangeiros terão de assinar um
termo se comprometendo a participar do julgamento na Austrália,
mesmo que por meio de um vídeo
instalado num tribunal do país
em que moram", explicou Jeff
Shaw, chefe de polícia que está
ajudando a organizar a operação.
"Seria uma forma de evitar que
casos como o do atentado em
Atlanta (nos Jogos de 1996) ficassem sem resolução. A dificuldade
na investigação é que as principais testemunhas deixam o país e
depois acabam não depondo. Se
uma ação terrorista fica sem punição, só incentiva, no futuro, a
ocorrência de outras."
O sistema de vídeo, a ser usado
por turistas estrangeiros, está sendo testado desde outubro em tribunais da região de Sydney.
Além disso, o comitê decidiu,
em acordo com a Justiça local,
priorizar julgamentos de casos
que envolvam pessoas de outras
nacionalidades durante os Jogos,
sobretudo se houver confissão.
No tocante ao transporte, outra
preocupação da organização, os
turistas, quando chegarem a
Sydney, serão informados sobre
os hábitos dos motoristas de táxi
para evitar problemas.
Especialmente em dias de chuva, não é fácil pegar táxi em
Sydney. Durante os Jogos, os próprios organizadores dizem que
será quase impossível.
Os taxistas, então, farão lotações, costume que alguns já adotam atualmente, mas que provoca
muita reclamação dos estrangeiros. Quando chegam ao aeroporto, por exemplo, não é raro terem
de dividir o táxi com um ou mais
desconhecidos.
Além de fazer um percurso
mais demorado, para deixar todos nos locais desejados, cada
passageiro que for saindo do carro paga o que marcar o taxímetro
até aquele momento. "Muita gente, principalmente o turista de fora, acha que, por dividir o táxi
com outras pessoas, vai pagar
menos, mas não é assim. Queremos avisar todo mundo, ainda
mais durante a Olimpíada, quando a dificuldade de pegar uma
condução será maior, para evitar
confusões. Já aconteceu de uma
corrida assim acabar em discussão e até em delegacia."
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