São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2000

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DEZ RAZÕES PARA COMEMORAR

O brasileiro é o primeiro sul-americano a terminar o ano no topo do ranking mundial. Antes dele apenas 11 tenistas haviam terminado o ano no posto desde 1973, quando a ATP (Associação de Tenistas Profissionais) criou a listagem que leva em consideração os resultados das últimas 52 semanas do tenista
Foi o tenista que por mais tempo liderou a Corrida dos Campeões, sistema introduzido pela ATP nesta temporada e que leva em conta apenas os resultados do jogador no ano. Kuerten esteve no topo por 17 semanas. Andre Agassi foi o rival que chegou mais próximo do brasileiro, com 11 semanas de liderança
Em cinco anos de carreira no circuito profissional, Kuerten acumula dez títulos. Desses, metade foi conquistada nesta temporada. Em 2000, o tenista brasileiro terminou como campeão dos torneios de Santiago, Hamburgo, Roland Garros, Indianapólis e do Masters Cup de Lisboa
Kuerten conquistou em 2000 seu primeiro título fora do piso em que é especialista, o de saibro, no qual a bola vai mais lenta. A quebra do tabu aconteceu no Torneio de Indianápolis, nos Estados Unidos, que é disputado em quadra dura, no qual a bola vai mais rápida, no mês de agosto
Neste ano, o brasileiro perdeu só uma vez para um tenista não colocado entre os top 100. Foi para o alemão Alexander Popp, 163º, em Wimbledon. Desde 1997, quando venceu Roland Garros pela primeira vez, Kuerten já havia sido derrotado 13 vezes por adversários não ranqueados entre os 100 primeiros
No Masters, o brasileiro derrotou Pete Sampras, o melhor tenista da década, na semifinal, e Andre Agassi, que terminou o ano passado no topo do ranking, na final. Apenas uma vez um tenista havia derrotado Sampras e Agassi, que juntos têm 19 títulos do Grand Slam, na sequência. O norte-americano Michael Chang obteve o feito no Torneio de Toronto em 1990
A vitória em Lisboa garantiu a Kuerten o seu ano mais rentável como profissional. O título do Masters Cup garantiu ao brasileiro US$ 1,4 milhão em prêmios, totalizando US$ 3,45 milhões no ano. Na carreira ele já ganhou US$ 7,7 milhões em prêmios
O aproveitamento de Kuerten em 2000 foi o melhor do tenista em toda a sua carreira como profissional, que começou em 1995. O tenista disputou 85 jogos, venceu 63 e perdeu 22, num aproveitamento de 74,11%. Antes, o melhor desempenho de Kuerten havia sido obtido em 99, com um aproveitamento aproximado de 66,22%
Kuerten foi o único tenista da década que terminou na liderança do ranking a ter enfrentado todos os "top eight" na temporada e não sair em desvantagem no confronto direto. Em 2000, o único rival entre os oito mais bem colocados do ranking que ele não superou foi o norte-americano Pete Sampras, em que cada um ganhou uma partida. Contra os demais, Guga tem mais vitórias
Com o título em Lisboa e a consequente liderança do ranking da ATP, Kuerten acabou com uma hegemonia norte-americana que já durava oito anos. Desde 1991, quando o sueco Stefan Edberg encerrou o ano na liderança do ranking que o tênis mundial não via um líder de ranking que não fosse nascido nos EUA



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