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Atletas querem ganhar hora extra
DA REPORTAGEM LOCAL
Exigir adicional noturno por jogar depois das 22h e pedir hora
extra pela noite de concentração
pré-competição ou pela reapresentação com massagem e tratamento médico no dia seguinte.
Essas devem ser as duas questões principais do primeiro Encontro Nacional sobre Legislação
Esportivo-Trabalhista, que acontece hoje em Brasília.
O evento é promovido pelo TST
(Tribunal Superior do Trabalho)
e tem as participações, entre outros, de João Havelange (ex-presidente da Fifa), Nicolás Leoz (presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol), Ricardo
Teixeira (presidente da CBF),
além do ex-jogador Raí e de Fábio
Koff (presidente do Clube dos 13).
As personagens do mundo esportivo vão expor e debater diante dos magistrados para que estes
entendam o setor e como a CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas) podem se encaixar entre os
futebolistas.
A princípio, CLT e a Lei Pelé são
compatíveis, concordam os advogados que defendem jogadores.
""Eles são trabalhadores como
qualquer um e podem reclamar
seus direitos", afirma Gislaine
Nunes, a advogada do Sindicato
dos Atletas de São Paulo.
Guilherme Cruz, seu colega que
defende os atletas mineiros, concorda. ""Os salários milionários
são para poucos. A maioria ganha
mal e precisa dessas conquistas
laborais para sobreviver", diz.
Já o advogado do Clube dos 13,
Álvaro de Melo Filho, discorda
deles e acredita que a solução seria uma nova lei. Os clubes argumentam que essas cobranças
iriam inviabilizar a manutenção
de qualquer clube.
A polêmica está tomando proporções nacionais, mas em três
Estados (Rio Grande do Sul, Minas e Pernambuco) já é uma realidade há alguns anos.
Segundo Cruz, o sindicato desde 97 vem exigindo dos clubes
mineiros o pagamento pelo trabalho à noite e fora do horário normal. ""Em geral, os juízes estão entendendo que o adicional noturno é justo, mas negam que a concentração possa entrar como hora
extra", afirma o advogado.
Por seu lado, Pernambuco registra 15 casos na Justiça do Trabalho requisitando o pagamento
de hora extra. A explosão de casos
foi inspirada pelo volante Dário,
do Santa Cruz, que moveu uma
ação contra o Grêmio, seu ex-time. Seu salário atual gira em torno de R$ 10 mil.
Almir Pazzianotto, presidente
do TST, acredita que o cenário é
muito complicado, ainda mais
com a entrada em vigor em março
da Lei Pelé, que extingue o passe.
""O mais complicado é que outros trabalhadores só dispõe da
noite e do fim-de-semana para
acompanhar as partidas, que são
o lazer dos brasileiros."
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