São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2000

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AUTOMOBILISMO

McLaren e Ferrari se reencontram hoje em Jerez de la Frontera nos primeiros testes para o Mundial-2001

F-1 começa treinos à espera do novo "V"

DA REPORTAGEM LOCAL

Após duas "pré-estréias", a F-1 assiste hoje ao primeiro confronto direto na preparação das equipes para o próximo Mundial.
Em Jerez de la Frontera, na Espanha, Ferrari e McLaren, escoltadas pelas coadjuvantes da última temporada, estarão lado a lado testando seus componentes para o campeonato de 2001.
Além do reencontro das equipes, a atração do teste será o retorno da guerra dos pneus. Pela primeira vez, times calçados por Bridgestone e Michelin vão medir forças -na semana passada, a chuva em Silverstone impediu o confronto e, ontem, só treinaram times com a borracha japonesa.
Uma outra inovação já em curso, no entanto, estará nos bancos de teste das fábricas, longe do circuito espanhol. Para 2001, uma das grandes novidades da categoria estará no ângulo entre os cilindros do motor. Ou seja, na abertura do "V", cada vez maior.
O objetivo dos engenheiros é o mesmo do ano passado, quando Mercedes-Benz (McLaren) e Ford (Stewart, hoje Jaguar) produziram propulsores mais compactos.
A intenção era criar mais espaço livre nos carros, aumentando a liberdade dos projetistas.
Outro efeito da medida era que os minimotores podiam ser "encaixados" mais próximos ao fundo do chassi, abaixando o centro de gravidade e, portanto, deixando os carros mais estáveis.
A moda foi copiada por todas as fabricantes de motores, que usaram na última temporada suas versões mais compactas.
Para este ano, a avaliação dos engenheiros é outra. Eles concluíram que já chegarem ao limite: não dá mais para reduzir o tamanho dos propulsores. A saída, então, passou a ser aumentar o ângulo de abertura dos V10.
"Todos os engenheiros sempre trabalham para diminuir o peso e abaixar o centro de massa dos carros", afirmou o engenheiro brasileiro José Avallone Neto, que trabalhou na Jordan por quatro temporadas, entre 1994 e 1998. "Se você aumenta o ângulo do V, joga o peso mais para baixo do carro, aumentando o efeito solo."

Ferrari
Na última temporada, o 049, motor ferrarrista campeão do mundo, tinha um ângulo de abertura de 90º, que deve ser mantido para esta temporada.
Em outras equipes, porém, a história é diferente. A Renault, que volta à categoria, como fornecedora da Benetton, já está trabalhando com uma abertura de 111º, o que não era visto na F-1 desde o início da década de 80-o motor Ferrari 126C, usado em 1981, era um V6 turbo, com ângulo de 120º.
Nos bastidores da F-1, comenta-se que a Mercedes-Benz também estaria preparando algo parecido.
A temporada do ano que vem será determinante para a fábrica alemã, que terminou mal o último campeonato: o motor estourado do finlandês Mika Hakkinen em Indianápolis, antepenúltima etapa do campeonato, acabou levando parte da culpa pelo título histórico da arqui-rival Ferrari.


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