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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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AÇÃO

Dream Tour 2

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Um painel, se eu não me engano, no Posto 5 de Copacabana e assinado por Millôr Fernandes, exalta o frescobol como o único esporte no qual não existe competição e sim interação.
Mas o frescobol não é o único esporte a deixar o aspecto competitivo em segundo plano. Os puristas do surfe seguem contrários às disputas e aos critérios que envolvem os campeonatos.
No big surfe isso é ainda mais ouvido e o maior expoente da modalidade, Laird Hamilton, é o maior defensor do surfe livre.
Conjecturas à parte, começou ontem em Snapper Rocks, em Gold Coast, Austrália, a disputa do Tour 2003 do WCT.
O circuito vem sendo reestruturado visando oferecer aos melhores surfistas do mundo as melhores ondas e os maiores prêmios.
Em 2001 as expectativas foram frustadas pelos atentados de 11 de setembro, mas em 2002 o circuito finalmente atingiu os objetivos.
Chamado de Dream Tour, foi realizado nas mais consistentes e perfeitas ondas do planeta e distribuiu US$ 3 milhões.
E a temporada que se inicia tem tudo para ser ainda melhor, apesar da volta da etapa japonesa, sempre fraca de ondas, e do ainda incerto encerramento do circuito em Pipeline, prova que ainda depende de patrocinador.
A expectativa em torno da etapa de abertura é grande. O bombeamento de areia feito nas praias emendou o fundo de Snapper Rocks ao de Kirra e, dependendo do swell, o Quiksilver Pro pode ser realizado com as ondas mais longas de todo o Circuito.
Como o período de espera da prova vai até dia 16, o evento é móvel e um profundo conhecedor daquelas ondas, o bicampeão mundial Tom Carroll, na condição de diretor do evento, definirá quando e onde os melhores do mundo irão para a água.
Se para os homens as condições ainda não estão as ideais, para as mulheres as baterias do Roxy Pro já estão rolando. Em ondas de 1 m, numa bateria que envolveu dez títulos mundiais, a pentacampeã Layne Beachley derrotou a campeã de 93, Pauline Menczer, e mandou para a repescagem sua maior rival, a tetracampeã Lisa Andersen. E a brasileira Jaqueline Silva, vice mundial, passou a primeira fase e hoje disputa uma vaga para as quartas-de-final.
O Brasil, com nove atletas, repete este ano o segundo maior contingente do tour, atrás dos australianos, que contam com 24 surfistas, e à frente dos americanos, com oito, e havaianos, com quatro, "times" que, apesar da integração do Havaí com os EUA, no atlas do surfe seguem separados.
Entre os brasileiros, a única autêntica novidade é Danilo Costa, que depois de anos tentando e chegando perto, finalmente entrou na elite. E as maiores atenções se voltam para Peterson Rosa e Neco Padaratz, nossos maiores destaques nas últimas temporadas. Peterson não esconde que seu objetivo é brigar pelo título, enquanto Neco, mais cauteloso, capitula: "Esse é o objetivo de todos na elite. Só posso dizer que estou treinando bastante, mas a temporada é longa e o nosso esporte é difícil de prever. Mas é claro que gostaria de realizar este sonho".

Mundial de Longboard
Duas etapas qualificatórias devem acontecer no Brasil, uma em Maresias (SP) e outra em Saquarema (RJ), e a final pode acontecer no Peru entre 28 de julho e 8 de agosto. As etapas distribuirão US$ 20 mil em prêmios.

Snowboard
Melhor brasileiro no half-pipe e boardercross, Felipe Motta competiu no final de semana no Big White, no Canadá, visando treinar e conquistar pontos para os Jogos de Inverno de Turim, em 2006.

Skateboard seguro
Tradicional ponto de surfe nordestino, Porto de Galinhas (PE) terá a partir de sábado um skate park com 600 m2 ao lado do posto policial.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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