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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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FUTEBOL

Time de Geninho insiste nos cruzamentos até arrancar empate e sair do Morumbi com vantagem para jogo de sábado

Corinthians usa cabeça e freia Palmeiras

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
O zagueiro corintiano Fábio Luciano (no chão) e o atacante palmeirense Muñoz, em jogada do clássico de ontem à noite no Morumbi, que terminou empatado


EDUARDO ARRUDA
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

O Corinthians, como no resto do torneio, usou a cabeça ontem no Morumbi para brecar a ascensão do Palmeiras no Paulista.
Até os 24min do segundo tempo, o time do Parque São Jorge perdia por 2 a 0, mas, com dois gols pelo alto, saiu com o empate no primeiro jogo entre as equipes pelas semifinais do Estadual.
Agora, o time do técnico Geninho, o mais alto entre os semifinalistas, jogará por um novo empate sábado para ir à final do torneio.
Com os dois gols em cabeçadas ontem, os corintianos chegaram a oito nesse tipo de jogada no torneio -50% de seus 16 na competição. Só ontem, o time de Geninho fez 35 cruzamentos na área. Jorge Wágner, que deu os passes para os gols, alçou 18 bolas.

Desfalques
O mistério das escalações, arma dos técnicos, se desfez nos vestiários do Morumbi. Gil, principal atacante corintiano, e Magrão, que vem sendo a "alma" palmeirense, foram vetados para o jogo.
O primeiro, recuperado de lesão na coxa, por estar fora de forma. O segundo, por ter fraturado a mão e ainda sentir fortes dores decorrentes da cirurgia.
Com a ausência de Magrão, e também Claudecir, o homem que conduz o meio-campo do time, suspenso, o técnico Jair Picerni optou por um esquema de jogo mais cauteloso, com três volantes.
Por seu lado esquerdo, o Corinthians insistia em criar jogadas. A principal delas, aliás, ocorreu por ali, com Fumagalli, que dentro da área recebeu passe de Kléber, mas chutou travado por Leonardo.
Logo o raciocínio de Picerni se mostrou correto, quando, em um contra-ataque, Thiago Gentil, o herói na vitória sobre o São Caetano, recebeu passe de Neném, invadiu a área e sofreu pênalti de Anderson. Aos 16min, Adãozinho cobrou e abriu o placar.
Geninho, então, alterou o Corinthians taticamente. Colocou Fabinho atuando com um terceiro zagueiro e liberou seus laterais para apoiar o ataque.
O time, curiosamente, passou a insistir em jogadas pelo meio, mas não conseguia furar o forte bloqueio do rival. Tanto que, quando os corintianos levavam vantagem, eram parados com faltas -os dois zagueiros palmeirenses, Índio e Leonardo, acabaram levando cartão amarelo e estão fora do próximo jogo.
O Palmeiras continuou a aproveitar o erros e as brechas e chegou ao segundo gol. Neném puxou contra-ataque e inverteu o jogo para Marquinhos. O lateral cruzou para o próprio Neném, que fez de cabeça, aos 35min.
"Tudo é um plano. Estamos forçando o Corinthians aos erros com uma marcação forte e saindo em velocidade", disse, satisfeito, Picerni, no intervalo.
O Corinthians voltou para o segundo tempo pressionando pelas laterais. Logo no início, Liedson, de bicicleta, quase marcou.
Picerni, mesmo assim, recuou seus atacantes para auxiliar na marcação. Dessa forma, Jorge Wágner começou a aparecer com seus chutes de longa distância -foram quatro, um deles acertou o travessão de Marcos.
E foi dos pés do meia-atacante que saiu o primeiro gol corintiano. Aos 24min, ele cruzou na área para Anderson, que cabeceou no canto esquerdo de Marcos.
Visivelmente sem fôlego -até os 30min, o Palmeiras não havia finalizado nenhuma vez a gol-, o time de Jair Picerni continuou exposto aos ataques aéreos do rival.
E foi assim que, aos 33min, saiu o empate. Jorge Wágner avançou pela esquerda e cruzou para Liedson, de cabeça, fazer 2 a 2.


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