FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

Eram 14h41. Rubens Barrichello marcou 1min13s807. Rápida comemoração nas arquibancadas. O novo formato da classificação na F-1 não permite certezas. Mark Webber saiu à pista. Fez a primeira parcial abaixo. A segunda também. O autódromo paulistano calou. Mas só até o australiano cruzar a linha de chegada, 44 milésimos mais lento. Barrichello, ontem, espantou o azar que o persegue em São Paulo. E larga hoje na pole position no GP Brasil de F-1.
Se o azar foi embora de vez, a corrida responde, a partir das 14h, com TV e mensagens antitabagistas do Ministério da Saúde. "Azar não existe, o que existe é carro mal acertado", disse, logo após o feito, um Barrichello, discreto, que jamais se viu em Interlagos.
Sem capacete colorido ou piadinhas, a volta perfeita de Barrichello fez o GP Brasil respirar após uma semana de discussões acaloradas, acusações de proteção política do governo federal à prefeitura e uma corrida aos tribunais.
Fez lembrar que, pela primeira vez na carreira, está à frente do companheiro de Ferrari, o pentacampeão Michael Schumacher. Que, pela primeira vez, Interlagos ficou pronto sem atrasos. Que, pela primeira vez em anos, a F-1, renovada por decreto, empolga.
Barrichello fez lembrar ainda que o GP Brasil, capaz de proporcionar cenas como placas voando em pleno treino e incluir no vernáculo palavras como "bump", aconteça o que acontecer, chuva ou sol, sempre escreve de modo particular a história da F-1.
E hoje com capítulo especial, o 700º GP da categoria, aberto com a volta do país à pole position em Interlagos, algo que não acontecia desde 1994, quando Ayrton Senna correu o antepenúltimo GP de sua vida. O único, aliás, que Barrichello conseguiu terminar.
Hoje pode ser diferente. Com a sorte ou o azar de Interlagos.



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