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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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Caipirinha tomba superjuiz da F-1

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem cruza com o sisudo alemão Jo Bauer caminhando pelo paddock de Interlagos não imagina, à primeira vista, que ele tenha uma personalidade afável.
Joachin Bauer, 42, ganhou status de estrela na F-1 depois das mudanças no regulamento impostas nesta temporada pela FIA.
Ele é o superjuiz, delegado técnico da entidade. É o homem responsável por dizer o que as equipes podem ou não modificar em seus carros no sábado à tarde e no domingo de manhã. É ele quem decide se os pneus podem ser trocados caso o tempo mude da classificação para a corrida. E suas atribuições não param por aí.
Mas tanta responsabilidade não impede que Bauer cometa "excessos" como qualquer trabalhador após um dia cansativo de trabalho. "Devo confessar que, na noite passada, tomei mais caipirinhas do que deveria. Nem pude tomar café da manhã", declarou à Folha o rechonchudo engenheiro.
Mas, quando o assunto é trabalho, Bauer deixa transparecer sua origem germânica. "Não acredito que tenha mais responsabilidade agora. O que acontece é que tem muito mais gente prestando atenção no meu trabalho. Só isso."
E, segundo ele, por enquanto a cooperação das equipes em seu trabalho tem sido "inacreditavelmente boa". "Não recebi nenhuma reclamação do meu trabalho até agora. As equipes estão tão receosas das novas medidas que não fazem nada que possa comprometê-las. Estamos todos aprendendo juntos", afirmou.
A rotina do alemão em semana de corrida é puxada. Ele chega à cidade na segunda-feira para poder preparar tudo para a quinta, quando acontecem as primeiras vistorias. Daí até domingo, participa de uma sequência interminável de reuniões com pilotos, chefes de equipes, fiscais.
Fora as checagens e rechecagens feitas periodicamente em carros, combustíveis e softwares. Mas o superjuiz não reclama. Gosta.
"Para mim seria castigo trabalhar em frente a um computador das 9h às 17h. Viajo muito, mas não me canso. Minha casa é dentro de um avião", exagerou o morador de Frankfurt, na Alemanha.
A única reclamação de Bauer chega a parecer uma piada. "Nunca encontrei um rato dentro de um carro, mas, às vezes, depois das corridas, alguns chegam molhados para a vistoria... Prefiro nem imaginar o que pode ser."
Solteiro ("A primeira lição que você aprende nesse trabalho é que não pode casar"), o alemão gosta de se reunir com amigos. Apaixonado por "qualquer coisa que tenha rodas e se mova", Bauer gosta de andar de moto, mas nunca foi piloto. "Não tenho físico para isso", brincou, antes de voltar ao hotel para beber mais caipirinhas.



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