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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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FUTEBOL

O verdadeiro regulamento

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você quer saber tudo que cerca a Copa dos Campeões, que abre nesta semana seu mata-mata, gastará algumas horas lendo todos os artigos e anexos do regulamento, um tratado sobre o futebol moderno (sem furos ou equívocos por má redação).
Em 55 páginas (dez vezes o regulamento do Brasileiro), estão descritas regras para clube ou liga ser modelo de administração. Nem todos desejam conhecer, por exemplo, detalhes que envolvem a cobertura dos jogos pela imprensa. Assim, a coluna destacará só pontos curiosos e didáticos (para "nossos" dirigentes).
Times pagam para jogar (200 francos suíços), mas sabem o que devem receber (os 32 primeiros ficam com 75% do que o torneio gerou; os demais esperam ajuda da Uefa, que abocanha 25%). Se a liga arrecada mais de 800 milhões de francos suíços, o valor a mais se divide assim: 82% para as 32 equipes e 18% para a Uefa.
Clubes respondem por atletas, dirigentes e torcedores. Mandante cede 5% dos assentos à torcida rival. Visitante treina na véspera do jogo no local do confronto. Multas pré-definidas. Coletivas de imprensa obrigatórias.
Jogos no mesmo horário. Partidas do grupo no mesmo dia. Ordem de jogos pré-determinada e respeitada. Jogo cancelado ocorre no dia seguinte. Se o mau tempo impede o jogo, o mandante banca a arbitragem e o visitante, se não os avisou antes das viagens.
Primeiro critério de desempate: confronto direto. Sorteio só para definir os duelos. Ranking de países, não de clubes. Nada de times mistos. Equipes chegam no mínimo na noite anterior à cidade.
Times mandam jogos sempre no mesmo estádio. Telões não podem passar a partida, mas podem exibir replays (relógio só não exibe os acréscimos). Campos precisam ter 68 m x 105 m. Contrato com companhia de seguros obrigatório para os clubes, que mostram a cada dois anos certificado de segurança do estádio. Torcedores sentados. Estádios com permanentes sistemas de vigilância de TV e emergência de luz.
No banco de reservas, 13 pessoas: sete atletas e seis membros da comissão técnica. Relatório enviado por fax pelo juiz logo após a partida (originais enviados em 24 horas). Atleta expulso (ou com terceiro cartão amarelo) automaticamente suspenso.
Nome dos atletas na camisa. Jogadores sempre com o mesmo número (de 1 a 99). Só um patrocinador no uniforme. Se dois times têm o mesmo "sponsor", mandante expõe o patrocinador, e o visitante estampa um produto. Nada de propaganda em malas, bonés e camisas de atletas.
Nos jogos, cumprimentos entre atletas e árbitros. Nada de hino nacional. Fair play rende vagas na Copa da Uefa. Além do número de cartões, contam disposição ofensiva (tentar sempre golear e fazer poucas faltas) e velocidade (repor a bola sem "cera").
Valorização do gol fora de casa em grupo, mata-mata ou prorrogação. Na final, prorrogação sem morte súbita e com chance de só um tempo. Taça em definitivo para o clube que a ganhar três vezes seguidas ou cinco alternadas.
Fácil!

Ajax x Milan
O clube holandês tem camisa, mas não tem time. "Surpresa" nas quartas, já se vende ao inimigo (Van der Vaart está perto do Milan).

Real Madrid x Manchester United
A equipe que terminou em segundo a fase anterior (Real) é favorita.

Juventus x Barcelona
Uma trajetória irregular contra uma impressionante. Como é mata-mata de Copa dos Campeões, aposto na campanha mediana (Juve).

Inter de Milão x Valencia
Gigante que há muito tempo não ganha o Nacional contra um novo grande que tem chegado com frequência e venceu o Espanhol. Sei lá.

E-mail rbueno@folhasp.com.br



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