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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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FUTEBOL

Balanço de programa iniciado na gestão FHC revela que times, federações e CBF devem R$ 336,4 mi à Previdência

Só 1 em cada 20 clubes não deve ao INSS

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas um em cada 20 clubes fiscalizados pelo governo federal, na maior investigação já feita em times de futebol pela Previdência, está em dia com o Instituto Nacional do Seguro Social.
Das 254 agremiações que foram fiscalizadas em operação montada pelo governo nos últimos dois anos da gestão Fernando Henrique Cardoso, apenas 13 não tinham débito com a Previdência.
Enquanto o governo Luiz Inácio Lula da Silva finaliza sua proposta de reforma previdenciária, que deve ser enviada ao Congresso ainda neste mês, o futebol brasileiro -incluindo 407 clubes, 22 federações e a CBF- deve nada menos que R$ 336,4 milhões aos cofres públicos.
Hoje, o valor cobriria o pagamento de 1,4 milhão de trabalhadores com renda de um salário mínimo, se levado em conta o valor de R$ 240 mensais.
As entidades de administração do desporto -CBF e federações- devem juntas R$ 34,4 milhões. Já os clubes deixaram de recolher R$ 302 milhões.
A operação, que funcionou entre 2000 e 2002, resultou em 112 representações de dirigentes ao Ministério Público por crime de sonegação e apropriação indébita. O trabalho deverá servir de base para as propostas que o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) enviará ao Congresso.
A fiscalização recuperou para o caixa do governo R$ 171,2 milhões em contribuições que não haviam sido recolhidas pelas entidades.
Os funcionários do INSS devassaram os livros-caixa de 179 clubes, 15 federações, do Clube dos 13 e da CBF. Além disso, visitaram outras 75 agremiações.
O presidente do C13, Fábio Koff, disse que a grande maioria do times renegociou as dívidas com o INSS e entrou no Refis. "Pagamos em todos os nossos jogos 5% para cumprir o acordado."
Segundo Koff, dos 20 maiores times brasileiros, apenas dois não devem nada à Previdência: Corinthians e Goiás. Palmeiras e Atlético-MG contestam na Justiça os valores cobrado pelo INSS. Todas as outras 16 agremiações entraram para o programa de refinanciamento da dívida.
Desta vez, o governo não divulgou o ranking dos maiores devedores do INSS, mas, segundo a Folha apurou, as posições praticamente não se alteraram em relação à lista divulgada em outubro de 2000, logo no início das duas CPIs que devassaram o futebol brasileiro no Congresso.
Na ocasião, Flamengo, Fluminense e Palmeiras eram os clubes que mais deviam à Previdência.



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