|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Balanço de programa iniciado na gestão FHC revela que times, federações e CBF devem R$ 336,4 mi à Previdência
Só 1 em cada 20 clubes não deve ao INSS
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Apenas um em cada 20 clubes
fiscalizados pelo governo federal,
na maior investigação já feita em
times de futebol pela Previdência,
está em dia com o Instituto Nacional do Seguro Social.
Das 254 agremiações que foram
fiscalizadas em operação montada pelo governo nos últimos dois
anos da gestão Fernando Henrique Cardoso, apenas 13 não tinham débito com a Previdência.
Enquanto o governo Luiz Inácio
Lula da Silva finaliza sua proposta
de reforma previdenciária, que
deve ser enviada ao Congresso
ainda neste mês, o futebol brasileiro -incluindo 407 clubes, 22
federações e a CBF- deve nada
menos que R$ 336,4 milhões aos
cofres públicos.
Hoje, o valor cobriria o pagamento de 1,4 milhão de trabalhadores com renda de um salário
mínimo, se levado em conta o valor de R$ 240 mensais.
As entidades de administração
do desporto -CBF e federações- devem juntas R$ 34,4 milhões. Já os clubes deixaram de recolher R$ 302 milhões.
A operação, que funcionou entre 2000 e 2002, resultou em 112
representações de dirigentes ao
Ministério Público por crime de
sonegação e apropriação indébita. O trabalho deverá servir de base para as propostas que o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) enviará ao Congresso.
A fiscalização recuperou para o
caixa do governo R$ 171,2 milhões
em contribuições que não haviam
sido recolhidas pelas entidades.
Os funcionários do INSS devassaram os livros-caixa de 179 clubes, 15 federações, do Clube dos
13 e da CBF. Além disso, visitaram
outras 75 agremiações.
O presidente do C13, Fábio Koff,
disse que a grande maioria do times renegociou as dívidas com o
INSS e entrou no Refis. "Pagamos
em todos os nossos jogos 5% para
cumprir o acordado."
Segundo Koff, dos 20 maiores
times brasileiros, apenas dois não
devem nada à Previdência: Corinthians e Goiás. Palmeiras e Atlético-MG contestam na Justiça os
valores cobrado pelo INSS. Todas
as outras 16 agremiações entraram para o programa de refinanciamento da dívida.
Desta vez, o governo não divulgou o ranking dos maiores devedores do INSS, mas, segundo a
Folha apurou, as posições praticamente não se alteraram em relação à lista divulgada em outubro
de 2000, logo no início das duas
CPIs que devassaram o futebol
brasileiro no Congresso.
Na ocasião, Flamengo, Fluminense e Palmeiras eram os clubes
que mais deviam à Previdência.
Texto Anterior: Futebol - Tostão: Aprender e desaprender Próximo Texto: Memória: Em dois anos, dívida de clubes aumentou 54% Índice
|