|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Fim do suspense
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Chegou o dia. Hoje finalmente saberemos quem vai
representar o Brasil na Copa.
Alimentada pelo próprio treinador da seleção nacional -que
até o último momento disse ter
uma única dúvida em sua convocação-, uma onda de especulações percorreu nos últimos dias a
imprensa, a internet e as conversas de bar.
Quem seria o 23º homem de
Scolari? Muitos ainda apostam
em Romário, com base no argumento de que a Fifa e os patrocinadores da Copa estariam pressionando para que haja o maior
número de estrelas nesse Mundial
economicamente tão incerto.
Faz sentido ou é pura teoria
conspiratória?
O fato é que uma eventual convocação de Romário, hoje, deixaria Scolari numa situação muito
desconfortável, para dizer o mínimo. Como justificar não tê-lo
chamado antes?
Entretanto, além do craque vascaíno, outros nomes surgiram nos
palpites dos últimos dias. Do lateral-direito Rogério, do Corinthians, ao atacante Amoroso, do
Borussia Dortmund, passando
pelo meia Alex, do Palmeiras,
inúmeros foram os lembrados.
A aposta aparentemente mais
esdrúxula, vinda de um leitor por
e-mail, é a volta de Taffarel ao gol
brasileiro. Sua base seria uma suposta falta de confiança de Scolari nos goleiros de que dispõe.
O fato é que sonhar e palpitar
não custa nada. Hoje termina o
suspense, que funcionou também
como fator extra de promoção da
seleção e da própria Copa Coréia/Japão. E o que começa? A esperança ou a angústia?
O Corinthians e o Cruzeiro deram passos importantes para
conquistar, respectivamente, o
Rio-São Paulo e a Copa Sul-Minas. Como a vantagem obtida é
estreita, tudo pode acontecer no
segundo jogo, em ambos os casos.
Os dois tempos do jogo de ontem no Morumbi pareceram duas
partidas distintas. No primeiro, o
São Paulo dominou e, embora
não tenha criado muitas chances
de gol, ditou o ritmo e impediu
que o Corinthians impusesse seu
toque de bola.
As únicas chances alvinegras na
primeira etapa surgiram de bolas
alçadas na área, lance pouco característico da equipe de Parreira.
As duas principais jogadas da
equipe -a triangulação pela esquerda e a entrada de Deivid em
diagonal pela direita- não saíram, e os corintianos perdiam facilmente a bola, por erros de passe
ou desatenção.
O São Paulo, mais aplicado na
marcação e com um toque de bola surpreendente para uma equipe desfalcada de seus principais
titulares (França e Kaká), perdeu
a oportunidade de fazer um placar elástico e "matar" a partida.
No segundo tempo, tudo mudou. O Corinthians voltou com
mais empenho e agressividade,
fez um gol no início, mas abriu espaço para os contra-ataques. O
jogo ficou franco e indefinido,
com chances de parte a parte.
O primeiro gol do Corinthians,
de Deivid, e o segundo do São
Paulo, de Belletti, mostraram o
que os dois times têm de melhor:
um futebol ao mesmo tempo solidário e criativo.
O Corinthians reencontrou seu
envolvente toque de bola, Ricardinho e Kléber apareceram mais
para o jogo, Gil desencantou fazendo um gol inspiradíssimo. Por
isso -e pelas chances perdidas
pelo São Paulo-, o alvinegro ganhou a batalha. Mas a guerra
ainda não acabou.
Com quem andas
O presidente da Fifa, Joseph
Blatter, acusado de corrupção pelo próprio secretário-geral da entidade, recorre ao
apoio de Ricardo Teixeira, da
CBF, para ficar no cargo em
que foi colocado pelo sogro
deste, João Havelange. Teixeira aproveita para se fortalecer internacionalmente e
fazer um contrapeso ao descrédito em que caiu no Brasil.
Uma mão lava a outra. Em
suma: "Tutti buona gente".
Brazucas campeões
Ronaldo não conseguiu ser
campeão com a Inter de Milão, mas em compensação
dois brasileiros -Amoroso e
Ewerthon- brilharam na
conquista do Campeonato
Alemão pelo Borussia Dortmund. Amoroso foi o artilheiro da competição, e Ewerthon, que tinha acabado de
entrar em campo, fez o gol da
vitória na partida decisiva de
anteontem, contra o Werder
Bremen.
E-mail jgcouto@uol.com.br
Texto Anterior: Vôlei - Cida Santos: A grande chance Próximo Texto: Futebol: Scolari anuncia hoje "família" do Mundial Índice
|