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Lista deve trazer final infeliz para Romário
DO PAINEL FC
E DA REPORTAGEM LOCAL
Acaba hoje uma das maiores polêmicas de todos os
tempos envolvendo a convocação de um jogador para
a disputa de uma Copa pela
seleção brasileira.
E, ao que tudo indica, o
desfecho irá decepcionar a
maioria do país.
É quase certo que, quando
anunciar hoje os 23 jogadores que vão viajar para a
Ásia, Luiz Felipe Scolari não
irá dizer o nome do atacante
vascaíno Romário, 36.
Assim, vai contrariar, segundo pesquisa do Datafolha realizada em fevereiro,
69% dos brasileiros que se
disseram favoráveis à convocação do veterano. Nesse
grupo, estão incluídos personagens ilustres, como o
presidente Fernando Henrique Cardoso.
A queda-de-braço entre
Scolari e Romário e seus defensores começou ainda no
ano passado e teve um de
seus capítulos mais agitados
na última sexta-feira, quando, depois de uma reunião
na sede da CBF no Rio, o
treinador teve até o seu carro
cercado por entusiastas do
atacante vascaíno.
Maior pesadelo da gestão
de Scolari, Romário foi tratado, no começo do trabalho
do treinador, como "salvador da pátria".
Na sua estréia no time nacional, contra o Uruguai,
Scolari deu a faixa de capitão
para o jogador carioca.
Um desempenho decepcionante em campo, o famoso caso que Romário teria tido com uma aeromoça em
Montevidéu e uma insinuação do jogador de que empresários tinham interferência nas listas da seleção fizeram a situação mudar.
Apesar dos gols -o vascaíno foi artilheiro do Brasileiro-2001-, Scolari sempre
ignorou seu novo desafeto.
Desde o início de 2002, o
treinador teve que conviver
com vaias e pedidos insistentes dos torcedores por
Romário. Em um amistoso
da seleção em Goiânia, o
gaúcho teria até se descontrolado e agredido um torcedor que pedira o vascaíno.
Romário contou até com a
ajuda de Ricardo Teixeira,
presidente da CBF. O dirigente disse a Scolari que gostaria de ver o tetracampeão
na lista, mas informou ao
técnico que não faria intervenções e que apoiaria qualquer que fosse sua decisão.
Em uma última medida
para convencer o gaúcho,
Romário convocou uma entrevista na sala do vascaíno
Eurico Miranda, pediu desculpas e chorou.
Em Porto Alegre, Scolari
achou que a atitude de Romário não foi sincera e, ao
ver o deputado federal (PPB-RJ) dizendo que, com ele na
CBF, a história seria diferente, teve certeza de que estava
tomando a atitude correta.
Segundo interlocutores do
treinador, nem a manifestação violenta da última sexta
abalará a posição de Scolari.
Ao não incluir Romário na
sua lista, Scolari, pelo menos, dificilmente voltará a
sofrer protestos pessoais até
o início do Mundial.
Ao contrário do que geralmente fez no resto da sua
história nos Mundiais, a seleção não fará nenhuma parte da sua preparação no país.
No domingo, o time viaja
para a Espanha, onde inicia
os treinos e faz amistoso
contra a seleção da Catalunha. Depois, antes de chegar
a Ulsan, sua base na Coréia,
o time joga na Malásia contra a seleção local. A estréia
na Copa é dia 3 de junho,
diante da Turquia.
(FM e PC)
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