São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

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FUTEBOL

Sem nunca ter vencido no país vizinho pela Libertadores, time pega Rosario, invicto em casa em jogos internacionais

São Paulo joga pelo inédito na Argentina

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

No pior território e diante de seu pior inimigo. Essa é a síntese do primeiro duelo entre São Paulo e Rosario Central, às 20h, na cidade de Rosario, pelas oitavas-de-final da Taça Libertadores-2004.
Não bastasse o clube do Morumbi ser o brasileiro com retrospecto mais fraco na Argentina, vai atuar contra um adversário que jamais foi derrotado em seu estádio por competições internacionais oficiais em 40 jogos.
Pela Libertadores, as duas equipes nunca se enfrentaram, mas o São Paulo, que perdeu todas as cinco partidas que disputou no país vizinho pelo torneio, já experimentou a força do rival no estádio Gigante do Arroyito ao ser derrotado por 2 a 1 na edição de 2000 da Copa Mercosul.
Até o time comandado por Telê Santana, bicampeão da Libertadores em 1992 e 1993, teve passagens pífias pela Argentina contra o Newell's Old Boys, arqui-rival do Rosario. Nas duas edições, no entanto, os são-paulinos eliminaram o rival nos jogos no Brasil.
Os triunfos sobre o principal inimigo fizeram do São Paulo um time adorado pela torcida do Rosario Central, que neste ano já bateu um brasileiro em seu estádio, o Coritiba, por 2 a 0, na primeira fase da Libertadores. Na edição de 2000, o Corinthians caiu por 3 a 2.
"Sei que o Rosario nunca perdeu lá [em seu estádio], mas, com o time que tem, o São Paulo pode vencer. A classificação pode ser definida no primeiro jogo", disse o goleiro e capitão são-paulino Rogério, que atuou no Arroyito em 2000. "É um estádio bom de se jogar. São mais de 30 mil pessoas apoiando o Rosario. É tipo de jogo que satisfaz o profissional."
Diante de um retrospecto desfavorável, o técnico Cuca pediu a seus atletas que joguem como os adversários. O treinador, que declarou ter preferência em enfrentar os clubes argentinos, declarou que os rivais são "catimbeiros, mas não são desleais".
"Não tem como ganhar a Libertadores sem passar por argentinos. Eles têm um estilo de jogo de entrega total. Temos de ser assim também", disse o técnico.
Cuca, porém, alertou seus atletas para que não sejam violentos. Ele ficou preocupado com o comportamento de seus comandados na partida contra o Atlético-PR, no Brasileiro. Marquinhos, por reclamação, e Vélber, por agressão, foram expulsos. Mesmo assim, o São Paulo venceu (1 a 0).
"Não podemos transformar raça em violência. Jogador tem de saber engolir um sapinho. Já engole tantos por aí, não precisa provar que é mais macho que o outro", afirmou Cuca.
O Rosario, que atravessa grave crise financeira, tem duas dúvidas para o jogo de hoje. Na defesa, Carbonari e Raldes disputam posição. Na frente, Cámpora ou Vitti tentam vaga ao lado de González. O time ocupa apenas a 18ª colocação no Campeonato Argentino.


Colaborou Rodrigo Bueno, da Reportagem Local
NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 20h


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