DANIEL HOWDEN
DO "INDEPENDENT"

No Estádio Olímpico, que ainda não está pronto, as cercas de arame farpado podem estar no lugar certo, mas, como pude descobrir, há um "pequeno" lapso na segurança: a entrada está totalmente escancarada.
A chegada de uma van não causou reação nenhuma entre os guardas, que mostravam cara de enfado. Viajando com uma equipe de TV, entrei direto no complexo, sem ser importunado. Ninguém sinalizou para irmos mais devagar ou mostrar alguma identificação.
Lá dentro os sinais pareciam indicar potenciais alvos de ataques terroristas. Vire à esquerda para o complexo aquático que vai receber mais de 30 mil fãs dos nadadores, vire à direita para encontrar as vigas da cobertura do estádio...
Para acrescentar a uma sensação de irrealidade, enquanto percorria o complexo, encontrava, em letras garrafais, a palavra "Bung" -sigla da empresa de consultoria técnica para os Jogos de Atenas.
Sinais de uma corrida frenética para terminar as construções havia em todo lugar. O que não se encontrava era uma indicação das centenas de milhares de libras gastas para proteger os principais complexos.
Tendo estacionado a van, entrei na área da piscina. Os trabalhadores que colocavam os assentos das tribunas claramente achavam que não era deles a responsabilidade de determinar quem deveria ou não entrar no recinto.
Com os prazos cada vez mais apertados e os trabalhadores lutando contra o relógio, é mais difícil encontrar um funcionário da segurança do que uma obra já completada.
Quando estava voltando para a entrada principal do complexo, um grupo de trabalhadores finalmente notou minha presença e resolveu me chamar.
Mas, para minha surpresa, não me perguntaram o que eu estava fazendo numa área de alta segurança. Um dos trabalhadores aproximou-se de mim e fez um pedido, no mínimo, irônico: "Se você está aí sem nada para fazer, por favor nos dê uma mãozinha".


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