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FUTEBOL
Rebaixada, equipe pode retornar à divisão principal do futebol paranaense por meio de manobras políticas
Londrina vive "síndrome do Fluminense'
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina
Com o time rebaixado à segunda
divisão do Paranaense, os torcedores do Londrina vivem a "síndrome Fluminense": torcem para
uma virada de mesa na Federação
Paranaense, mas sentem vergonha
de defender a idéia publicamente.
Na pior campanha em seus 42
anos, o Londrina terminou o campeonato em penúltimo lugar, sendo rebaixado automaticamente.
O único consolo dos torcedores
é que o último lugar ficou com o
representante da cidade vizinha
Maringá, maior rival dos londrinenses no futebol.
"O pior é que em Maringá o rebaixado foi um time sem tradição,
não o Grêmio de Maringá (time de
maior torcida da cidade e licenciado), enquanto aqui não tem desculpa", afirma o torcedor Alípio
Alves, 52.
A queda do Londrina foi um
"rebaixamento anunciado".
A má campanha do time se arrasta desde o ano passado, quando
teve que disputar o Torneio da
Morte, escapando do rebaixamento nas últimas rodadas.
Embora ninguém admita publicamente uma virada de mesa, a
expectativa da diretoria e da imprensa local é a fuga da segunda
divisão no tapetão.
"Estamos acompanhando a situação do Francisco Beltrão e do
Matsubara e podemos permanecer na primeira", afirma Marcos
Alexandre Domingues, presidente
da Sal (Sociedade Amigos do Londrina), empresa que terceiriza o
futebol do Londrina.
Matsubara e Francisco Beltrão
teriam disputado o Paranaense irregularmente (com dívidas junto à
CBF) e poderiam ser penalizados
com perdas de pontos no torneio.
Domingues é acusado pela crônica esportiva como responsável
pelo desastre do Londrina.
Ele chuta a bola de volta para a
imprensa: "O problema do Londrina é que tem muita crônica esportiva para pouco time", afirma.
Ele disse que, apesar das pressões, irá continuar à frente do futebol profissional do clube até o
ano 2000, como prevê o contrato
de parceira entre a Sal e o clube.
Vice-presidente na gestão 84/85,
o locutor Nelson "Fiori Luiz" Malaguido, 56, critica uma possível
virada de mesa.
"O país todo criticou o Fluminense quando ele disputou o Brasileiro na virada de mesa, seria incoerência defender o mesmo para
o Londrina".
A queda do Londrina provocou
reação até de ex-jogadores. O atacante Élber, atualmente no Bayern
de Munique, enviou e-mail da
Alemanha protestando.
Segundo Élber, "estava claro
que o time iria chegar a essa situação". Para ele, "colocaram pessoas que nada sabem de futebol
para dirigir o time". Em seu e-mail
o atacante afirma estar "triste e
envergonhado" com a situação.
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