Ciclista americano é demitido, pode ficar sem o título da Volta da França e ser suspenso por dois anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Apontado como prova de superação após vencer a Volta da França apesar das dores causadas por uma artrite no quadril, o norte-americano Floyd Landis teve ontem confirmado seu resultado positivo de doping.
O exame da amostra B de sua urina, realizado em Paris, atestou a presença de testosterona. A substância já havia sido descoberta graças a teste moderno que detecta a versão sintética do hormônio masculino.
Assim que saiu o resultado, Landis foi sumariamente demitido por sua equipe.
Para os organizadores da Volta da França, a mais tradicional prova do ciclismo, ele já não é considerado o campeão. Resta à União Ciclística Internacional confirmar o veredicto. O título deve ir para as mãos do espanhol Oscar Pereiro.
"É um sentimento de perda. Mas vamos continuar lutando ferozmente contra a praga do doping. A camisa amarela [dada ao líder do tour] não pode ser maculada", disse Christian Prudhomme, diretor da prova.
O passo final do processo será dado pela federação americana da modalidade. Cabe à entidade abrir processo para julgar Landis, que pode pegar até dois anos de suspensão.
"Eu nunca usei nenhuma substância proibida, incluindo testosterona. Eu era o mais forte da Volta da França, por isso fui o campeão", disse Landis, que poderá se defender.
O norte-americano deve se tornar o primeiro ciclista na história da prova a perder o troféu por suspeitas de doping.
O caso é o toque final de uma edição da Volta da França marcada pela sombra do doping.
Foi a primeira prova após a saída do heptacampeão Lance Armstrong, que teve seu nome envolvido em suspeitas de doping. Principais candidatos a sucedê-lo, o italiano Ivan Basso, o alemão Jan Ullrich e o espanhol Francisco Mancebo foram vetados por suas equipes por possível envolvimento em uma rede de dopagem.
Abriram espaço para Floyd Landis surpreender a todos.


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