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Punição a Schumacher acirra guerra
Alemão também comete irregularidade no treino, sai em 11º no GP da Hungria e acusa Alonso, o 15º, de prejudicá-lo
Alheio à briga dos times nos bastidores, Kimi Raikkonen larga hoje na pole, seguido pelos brasileiros Felipe Massa e Rubens Barrichello
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE
O centro das atenções ontem
em Budapeste não foram os boxes da Ferrari, o motorhome da
Renault ou a entrevista coletiva
dos três primeiros colocados
no grid para o GP da Hungria,
Kimi Raikkonen, Felipe Massa
e Rubens Barrichello.
Foi um mural no paddock,
sob a torre de cronometragem,
onde são afixados os comunicados oficiais da FIA. E que esteve agitado durante todo o dia.
Porque mais do que o desempenho dos carros na pista, foi o
trabalho da entidade máxima
do automobilismo e de seus comissários que colocou Michael
Schumacher em 11º lugar, Fernando Alonso em 15º e que começou a desenhar o GP de hoje.
A largada para a prova, 13ª
das 18 etapas da temporada, será às 9h (de Brasília), com TV.
O movimento no local começou após o treino livre, com rumores de que Michael Schumacher seria investigado por ultrapassar Robert Kubica e Fernando Alonso sob bandeira
vermelha -a sessão fora interrompida porque o motor Honda de Jenson Button pegava fogo. Nessa condição, o regulamento manda todos aliviarem
o ritmo e veta ultrapassagens.
Ao meio-dia local, duas horas
antes do treino classificatório,
o boato tornou-se fato: no mural, um aviso informava que o
alemão fora chamado para se
explicar aos comissários. Exatos 40 minutos, depois outros
dois comunicados convocavam
o polonês e o espanhol.
O momento de maior ebulição ocorreu às 13h50 locais,
8h50 de Brasília, dez minutos
antes da sessão oficial. Uma folha de papel com o timbre da
FIA anunciava a punição.
O alemão teve dois segundos
acrescidos ao seu melhor tempo em cada um dos blocos do
treino. Resultado: ele conseguiu sobreviver ao primeiro
corte, mas ficou no segundo.
O paddock sentiu no ar um
cheiro de compensação pelo
que havia acontecido na véspera. Cheiro forte, reforçado por
uma declaração de Bernie Ecclestone, homem forte da F-1,
pela manhã: "A punição à Renault foi muito dura".
Na sexta, a FIA impôs pena
idêntica a Alonso por duas infrações: um entrevero com Robert Doornbos, piloto de testes
da Red Bull, e uma ultrapassagem sob bandeira amarela.
A reação da Renault foi imediata e violenta. Flavio Briatore, seu diretor, acusou a FIA e a
Ferrari de manipularem o
Mundial para arrastar a disputa
pelo título até as última etapas.
Há três etapas, 25 pontos separavam Alonso do ferrarista
Schumacher. Hoje, são 11.
Schumacher ontem foi pela
mesma linha acusatória. E o
Mundial tornou-se uma guerra
nos bastidores. "Vejam as imagens e tirem suas conclusões",
disse o heptacampeão, nos boxes, insinuando que Kubica e
Alonso reduziram demais a velocidade para que ele os ultrapassasse e fosse prejudicado.
Questionado por um repórter inglês se o piloto espanhol
havia agido de forma proposital, foi claro e direto. "Sim".
Alonso não quis entrar na polêmica. "Vamos manter a concentração. Estou com um ótimo pressentimento", disse.
Consolo para Schumacher, o
espanhol ficou quatro posições
atrás dele no grid. "Vou tentar o
máximo para marcar pontos.
Em Mônaco eu consegui", afirmou -no principado, largou
em 22º e foi o quinto.
Isso, claro, se os comissários
e a FIA não interferirem mais.
NA TV - GP da Hungria
Globo, ao vivo, às 9h
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