São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006

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Punição a Schumacher acirra guerra

Alemão também comete irregularidade no treino, sai em 11º no GP da Hungria e acusa Alonso, o 15º, de prejudicá-lo

Alheio à briga dos times nos bastidores, Kimi Raikkonen larga hoje na pole, seguido pelos brasileiros Felipe Massa e Rubens Barrichello


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE

O centro das atenções ontem em Budapeste não foram os boxes da Ferrari, o motorhome da Renault ou a entrevista coletiva dos três primeiros colocados no grid para o GP da Hungria, Kimi Raikkonen, Felipe Massa e Rubens Barrichello.
Foi um mural no paddock, sob a torre de cronometragem, onde são afixados os comunicados oficiais da FIA. E que esteve agitado durante todo o dia.
Porque mais do que o desempenho dos carros na pista, foi o trabalho da entidade máxima do automobilismo e de seus comissários que colocou Michael Schumacher em 11º lugar, Fernando Alonso em 15º e que começou a desenhar o GP de hoje.
A largada para a prova, 13ª das 18 etapas da temporada, será às 9h (de Brasília), com TV.
O movimento no local começou após o treino livre, com rumores de que Michael Schumacher seria investigado por ultrapassar Robert Kubica e Fernando Alonso sob bandeira vermelha -a sessão fora interrompida porque o motor Honda de Jenson Button pegava fogo. Nessa condição, o regulamento manda todos aliviarem o ritmo e veta ultrapassagens.
Ao meio-dia local, duas horas antes do treino classificatório, o boato tornou-se fato: no mural, um aviso informava que o alemão fora chamado para se explicar aos comissários. Exatos 40 minutos, depois outros dois comunicados convocavam o polonês e o espanhol.
O momento de maior ebulição ocorreu às 13h50 locais, 8h50 de Brasília, dez minutos antes da sessão oficial. Uma folha de papel com o timbre da FIA anunciava a punição.
O alemão teve dois segundos acrescidos ao seu melhor tempo em cada um dos blocos do treino. Resultado: ele conseguiu sobreviver ao primeiro corte, mas ficou no segundo.
O paddock sentiu no ar um cheiro de compensação pelo que havia acontecido na véspera. Cheiro forte, reforçado por uma declaração de Bernie Ecclestone, homem forte da F-1, pela manhã: "A punição à Renault foi muito dura".
Na sexta, a FIA impôs pena idêntica a Alonso por duas infrações: um entrevero com Robert Doornbos, piloto de testes da Red Bull, e uma ultrapassagem sob bandeira amarela.
A reação da Renault foi imediata e violenta. Flavio Briatore, seu diretor, acusou a FIA e a Ferrari de manipularem o Mundial para arrastar a disputa pelo título até as última etapas. Há três etapas, 25 pontos separavam Alonso do ferrarista Schumacher. Hoje, são 11.
Schumacher ontem foi pela mesma linha acusatória. E o Mundial tornou-se uma guerra nos bastidores. "Vejam as imagens e tirem suas conclusões", disse o heptacampeão, nos boxes, insinuando que Kubica e Alonso reduziram demais a velocidade para que ele os ultrapassasse e fosse prejudicado.
Questionado por um repórter inglês se o piloto espanhol havia agido de forma proposital, foi claro e direto. "Sim".
Alonso não quis entrar na polêmica. "Vamos manter a concentração. Estou com um ótimo pressentimento", disse.
Consolo para Schumacher, o espanhol ficou quatro posições atrás dele no grid. "Vou tentar o máximo para marcar pontos. Em Mônaco eu consegui", afirmou -no principado, largou em 22º e foi o quinto.
Isso, claro, se os comissários e a FIA não interferirem mais.


NA TV - GP da Hungria Globo, ao vivo, às 9h


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