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"Lado B" do Pan vê obras que não saíram do papel
Em locais que receberão esportes menos badalados, como tiro com arco e hóquei, mato e lama evidenciam abandono
Isolado em rua esburacada e sem iluminação, cenário que deverá abrigar provas de pentatlo moderno é retrato desolador do evento
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A pouco menos de um ano do
início dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, há locais
indicados no cronograma para
receber provas praticamente
intocados, sem que as obras tenham começado.
A situação mais crítica é a do
complexo esportivo da Vila Militar (zona oeste), área de propriedade do Exército que terá
cinco modalidades -hipismo,
hóquei, pentatlo moderno, tiro
esportivo e tiro com arco.
Em março, o então ministro
do Esporte, Agnelo Queiroz,
lançou a pedra fundamental do
complexo. No entanto nada foi
construído até agora.
No local onde estão previstas
as provas de hipismo, por
exemplo, operários de uma
construtora começaram na última semana a colocar tapumes
de madeira no entorno. E só.
A pista que já existe está
abandonada e cheia de poças
d'água. Os obstáculos estão
quebrados. As instalações já
existentes -banheiros e ranchos- são pequenas e não poderão ser aproveitadas. Quem
circula pelo local tem que pisar
em terra batida e lama.
Segundo a organização, será
construído um centro hípico
para 3.000 pessoas.
Em outro ponto da Vila Militar, onde serão disputadas as
provas de tiro e de pentatlo moderno, o que há é um matagal.
Ali, está prevista a construção de uma pista e de piscina
para o pentatlo, um setor para
as provas de tiro, além de estacionamento e arquibancadas.
A localização é outro problema: fica num lugar isolado próximo da avenida Brasil. A rua
que dá acesso é toda esburacada e não possui iluminação.
Em Jacarepaguá (zona oeste), a antiga Cidade do Rock,
que abrigou as edições do Rock
in Rio em 1985 e 2001, está programada para receber o beisebol e o softbol do Pan, mas não
teve até agora qualquer investimento dos organizadores.
O terreno de 250 mil metros
quadrados está abandonado.
Dentro dele, muito mato, lixo
e lama. Do Rock in Rio mesmo,
só sobrou a estrutura metálica
que se assemelha a um globo
terrestre, onde ficava o palco.
Segundo o cronograma, serão construídos no local dois
estádios e um campo de treinamento. O do beisebol terá capacidade para 3.000 pessoas, e o
do softbol, para 1.000.
Perto dali, o morro do Outeiro, local de intensa vegetação,
abrigará uma pista para provas
de ciclismo (mountain bike)
com uma estrutura para receber 2.000 pessoas. Uma vistoria foi feita em outubro, mas
desde então não houve qualquer intervenção.
Outras sedes para o Pan também não tiveram as obras iniciadas, como na praia de Copacabana (zona sul), que receberá
o vôlei de praia, e o Riocentro
(zona oeste), que terá boxe, esgrima, ginástica, handebol, judô, levantamento de peso, tênis
de mesa e taekwondo.
O estádio Olímpico João Havelange (zona norte) e o autódromo de Jacarepaguá (zona
oeste) estão com as obras em
andamento, sendo que o segundo apresenta atrasos principalmente no caso da arena que
abrigará a prova de ciclismo.
A Vila-Panamericana, que
hospedará os atletas, teve todos
seus prédios erguidos, mas
nem metade está pintada ou recebeu revestimento final.
O Pan acontece entre os dias
13 e 29 de julho de 2007. Cerca
de 5.500 mil atletas de 48 países participarão da competição.
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