São Paulo, quinta, 6 de novembro de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Argentina debate clube-empresa

LÉO GERCHMANN
de Buenos Aires

A Argentina vive uma polêmica semelhante à que envolve o futebol brasileiro: a da transformação dos clubes em empresas.
O projeto do deputado Fernando Galmarini (Partido Justicialista, o mesmo do presidente Carlos Me nem) é composto de itens pareci dos com os da lei Pelé.
É prevista a transformação dos clubes argentinos em sociedades anônimas, possibilitando a sua compra por empresas. O texto já foi aprovado (sem unanimidade) pela Comissão de Esportes da Câ mara de Deputados.
A tendência da oposição, porém, é rejeitar a idéia. Segundo o depu tado Alfredo Bravo (Frente País Solidário, que integra a aliança de oposição vencedora nas eleições do dia 26), seria "uma máscara para privatizar o futebol".
Galmarini afirma que a mudança se justifica pelas dificuldades eco nômicas enfrentadas por alguns clubes argentinos de menor porte.
Com a vitória da Aliança UCR-Frepaso, o governo não terá, a partir de dezembro, a possibili dade de aprovar facilmente os pro jetos propostos pelo PJ.
"Seria o fim da decência. Os in teresses econômicos seriam deci sivos. Imagine se uma empresa é dona de mais de um clube e define resultados de acordo com os seus interesses", disse o presidente do Vélez Sarsfield, Raúl Gámez.
Julio Grondona, presidente da Associação do Futebol Argentino, defendeu a "abertura de espaço para esse tipo de sugestão".



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.