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Argentina debate clube-empresa
LÉO GERCHMANN
de Buenos Aires
A Argentina vive uma polêmica
semelhante à que envolve o futebol
brasileiro: a da transformação dos
clubes em empresas.
O projeto do deputado Fernando
Galmarini (Partido Justicialista, o
mesmo do presidente Carlos Me
nem) é composto de itens pareci
dos com os da lei Pelé.
É prevista a transformação dos
clubes argentinos em sociedades
anônimas, possibilitando a sua
compra por empresas. O texto já
foi aprovado (sem unanimidade)
pela Comissão de Esportes da Câ
mara de Deputados.
A tendência da oposição, porém,
é rejeitar a idéia. Segundo o depu
tado Alfredo Bravo (Frente País
Solidário, que integra a aliança de
oposição vencedora nas eleições
do dia 26), seria "uma máscara
para privatizar o futebol".
Galmarini afirma que a mudança
se justifica pelas dificuldades eco
nômicas enfrentadas por alguns
clubes argentinos de menor porte.
Com a vitória da Aliança
UCR-Frepaso, o governo não terá,
a partir de dezembro, a possibili
dade de aprovar facilmente os pro
jetos propostos pelo PJ.
"Seria o fim da decência. Os in
teresses econômicos seriam deci
sivos. Imagine se uma empresa é
dona de mais de um clube e define
resultados de acordo com os seus
interesses", disse o presidente do
Vélez Sarsfield, Raúl Gámez.
Julio Grondona, presidente da
Associação do Futebol Argentino,
defendeu a "abertura de espaço
para esse tipo de sugestão".
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