São Paulo, quarta-feira, 06 de dezembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VASCO X PALMEIRAS

O velho e o novo
Cleber Mendes/Folha Imagem
O atacante Romário,34, principal destaque do milionário Vasco, treina para o jogo de hoje com o Palmeiras



Na decisão da Copa Mercosul, que terá início hoje, no Rio, equipes confrontam conceitos de como se formar um bom time de futebol

JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O início da série entre Palmeiras e Vasco pelas finais da Copa Mercosul, em São Januário, no Rio, às 21h40 de hoje, marca um confronto entre um novo e um velho conceito de como se formar um bom time de futebol profissional.
Na equipe carioca, a fórmula é a tradicional: bastante dinheiro para comprar jogadores conhecidos e montar uma equipe da qual, de antemão, se espera que seja forte.
O conceito vascaíno era o que havia se tornado modelo no futebol brasileiro. A consagração dessa fórmula foi obtida com recentes conquistas de clubes que apostaram na cartilha da profissionalização e formaram seus times com grandes investimentos financeiros de seus respectivos parceiros.
Entre os que seguiram o modelo, estão o Corinthians, bicampeão brasileiro em 1998 e 1999 e vencedor do Mundial da Fifa neste ano, e os próprios Vasco, ganhador da Taça Libertadores de 1998, e Palmeiras, bicampeão nacional em 1993 e 1994 e vencedor do torneio continental em 1999.
No segundo semestre deste ano, porém, esse conceito começou a demonstrar esgotamento.
Os que ainda o seguem com sucesso até agora são o Cruzeiro, primeiro semifinalista da Copa João Havelange, e o Vasco.
Já os que fracassaram com a fórmula foram o Corinthians, que fez a pior campanha de sua história em Brasileiros, e o Flamengo, que teve um investimento milionário da parceira ISL e não chegou às oitavas-de-final da Copa JH.
Sem o dinheiro da Parmalat, que encerrará o contrato com o clube neste mês, o Palmeiras se viu obrigado a comprar só jogadores baratos. A necessidade acabou criando um novo modelo, já que o time começou a surpreender e chegou às finais da Mercosul e às quartas-de-final da JH.
Com o sucesso palmeirense, outros clubes, como Atlético-MG e São Paulo, pretendem adaptar o conceito para suas próximas temporadas. No próprio Palmeiras, a maioria dos atletas deverá ser mantida, o que era incerto antes.
O fato de virem de equipes modestas fará com que alguns palmeirenses comecem a disputar hoje seu primeiro título importante. A responsabilidade, porém, não os preocupa. ""Para mim, vai ser mais um jogo", disse Magrão, um dos que estão nessa situação.
Os atletas revelam estar concretizando um sonho. ""O time sonhou muito em chegar aonde está", disse o volante Fernando.
Do outro lado, está Romário, campeão da Copa de 1994. ""Ia ser uma honra trocar a camisa com ele", contou o volante Flávio.
A decisão de hoje será a terceira seguida do Palmeiras na Mercosul. Foi campeão em 1998 e vice em 1999. Uma terceira partida das finais será necessária se as equipes empatarem em pontos nas duas primeiras. O jogo de volta será no dia 12, no Parque Antarctica.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Palmeiras divide obrigação pela 1ª vez
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.