São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007

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Pan constrói "puxadinho" para atletas

Vila que vai abrigar esportistas tem cômodos separados por fórmicas para ampliar capacidade após redução de prédios

Operário morre no Estádio Olímpico João Havelange, no primeiro acidente fatal na maior obra para os Jogos no Rio, iniciada em 2003

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Lula, que pedirá parceiras para bancar a Copa-14, em visita ao Centro de Operações Tecnológicas


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O Co-Rio (comitê organizador dos Jogos) vai improvisar mais 1.088 quartos na Vila do Pan. Para comportar as delegações dos 42 países dentro do condomínio, que teve o projeto reduzido de 25 prédios para 17, os operários estão dividindo as salas de 80% dos apartamentos de um, dois e três quartos.
Com a colocação de fórmicas dentro das salas, eles criam um novo cômodo em cada apartamento. O ""puxadinho", como foram batizados pelos operários os quartos improvisados, fez a capacidade da Vila pular de 6.688 para 7.776 pessoas.
Na nova disposição, a sala ficou praticamente sem luz natural. Os cômodos improvisados foram vistos pela primeira vez na visita da comissão de inspeção da Odepa (organização continental responsável pelo Pan) na semana passada.
O comitê decidiu preservar 20% dos apartamentos até três quartos. A decisão serve para não atrapalhar os atletas que vão disputar o Para-Pan, competição que acontecerá no Rio em agosto com atletas deficientes das Américas. Eles também ficarão hospedados na Vila.
Por determinação da Odepa, cada quatro abrigará no máximo dois competidores.
O Co-Rio informou que os quartos improvisados foram erguidos como precaução caso o número das delegações que vão disputar o evento aumente.
O comitê disse que ainda não há a quantidade definida de hóspedes na Vila. Os comitês olímpicos terão até o dia 13 de abril para informar à Odepa uma estimativa da delegação.
O custo da criação dos quartos improvisados será bancado pela construtora. A obra do condomínio foi um dos pontos traumáticos do Pan. Até 2004, sua viabilidade era incógnita.
O Tribunal de Contas da União apontou que o projeto era inviável, pois a situação econômica da Agenco, a construtora, não permitiria o financiamento total da obra. O plano foi reduzido: o número de apartamentos caiu de 2.000 para 1.480. Em vez dos 25 edifícios do projeto original, serão 17.
No final de 2004, a Caixa Econômica Federal liberou, via recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), R$ 189,4 milhões, o que corresponde a 85% do custo total.
Os apartamentos agradaram ao público. Em uma maratona imobiliária, cerca de 1.300 dos 1.480 apartamentos da Vila foram vendidos em oito horas em agosto de 2005. O ministro do Esporte, Orlando Silva, anunciou ontem que o governo federal vai liberar R$ 55 milhões para obras no entorno da Vila.
Nas obras de outra sede do Pan, o Estádio Olímpico João Havelange, aconteceu, na última segunda-feira, o primeiro acidente fatal da construção, iniciada em 2003. O operário Odair Dama da Silva, 27, morreu após cair da cobertura da arena. Em nota oficial, a Riourbe informa que o trabalhador encontrava-se equipado no momento da queda, como exigem as normas de segurança.


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